E se eu morrer...

E se eu morrer...

Quero que lembrem de tudo que deixei aqui

Não estou falando de bens que perecem

Mas de tudo que me fiz ouvir

Eu fui...

E serei!

A morte só silencia quem nunca falou

Quem nunca se arrisca,nem diz que lutou

E mesmo com mordaça, eu nunca me calei

Falei!

Pra mim mesma, pra alguns, pra Deus

Pra muitos que hoje não estão entre os meus

Me ouviram e ficaram pra trás enquanto caminhei

Vivi...

O que me permitiram, ou não.

Fui superior quando me humilhei ao chão

Mas...nem sempre é necessário ceder.

E eu? Não me arrependo do que aprendi

Cuidei...

De quem merecia, ou, parecia que não.

Lutei pelos que choram e pelos que me estenderam a mão

Uns soltaram...Mas eu ajudei!

Cantei...

As músicas que tocaram minha alma

Que me aceleravam ou pediam calma

Que faziam a trilha sonora por onde eu...

Andei!

Em pisos nobres e atravessei vielas

Vi paisagens lindas, outras não tão belas

Pelos olhos da diversidade, enxerguei.

Eu vi...

Cenas de profundo desamor...

Chorei pelos outros e pela minha dor

Ninguém me via...Até que passou

As lágrimas dos olhos não resolvem o que a atitude da mão

Se recusa a realizar...

E eu recusei...

Palavras soltas e lágrimas de crocodilo

Orações sem propósito que soaram ao ouvido...

Promessas dúbias, ações certeiras...

Coisas feitas da pior maneira

Por mim...Pelos outros, também...

Doeu...

E eu dormia como quem vive uma quase morte

Desligava por um tempo, quando tinha sorte

Mas amanhecia e o sol se punha mais uma vez...

Mas...

Se eu morrer...

Me enterre no mais simples caixão

Não valorize minha morte, não.

Fez o que pôde enquanto eu vivi?

Grayce Lorenna
Enviado por Grayce Lorenna em 16/03/2020
Reeditado em 20/06/2020
Código do texto: T6889490
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