Redefinição

Com o barulho alto demais, dificultava concentrar, buscava silêncio mas não o encontrava, dentro de mim, estava muito agitada. Procurava a questão para concretizar, o que estava sentindo, questões externas influenciavam os sentimentos, mas não identificava o que estava se passando, distúrbios de emoções desenfreadas, misturadas em meio às preocupações, me impediam de continuar a realizar meu compromisso de ser quem eu era, pois já me sentia estranha quando tudo me pegou desprevenida então aqui agora estou tentando ser eu novamente. Respirando fundo e sentindo os pés no chão, me esforçando contra o clima pesado, buscando inspiração, que me tirava do eixo, fixando o olhar para frente e fechando os ouvidos, só assim conseguia me sentir mais inteira novamente. Minhas pupilas dilatadas pelo efeito do susto, começaram a voltar ao normal, podia sentir uma pontinha de alegria no meu ser, matando um pouco a saudade do que eu era antes, mesmo em meio a desordem do mundo. A única coisa que saía era a melancolia dos dias escuros, era contra minha vontade, mas a insegurança e a incerteza era naquele momento o que tinha para oferecer. Nos encontramos desconfigurados, sendo formatados, de uma reinicialização forçada humana, antes da redefinição para a configuração original.

Juliana Amorim Alves
Enviado por Juliana Amorim Alves em 21/03/2020
Reeditado em 10/06/2021
Código do texto: T6892889
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