Ódio velado de mim

Se tudo passa nessa vida, gostaria de pagar pra ver, mais quantas feridas vou ter, minha unha arranha, minha pele sangra sem querer.

Pelas manhas me vejo no reflexo do carro preto amassado da garagem , uma imagem que não desejo a vocês.

Queria até certo ponto ter um corpo menos ruim, não precisa ser de modelo, só um que eu amasse no fim.

Saias, vestidos e shorts são tudo p mim.

É mesmo uma pena mesmo eu não pode-los usar sozin.

Por algum tempo eu feri a mim mesma, por vontade qualquer.

Hoje faço isso sem nem perceber, são tantos os buracos na pele , chego a ter asco de mim.

Não posso dizer que sou mal amada, tenho uma família linda, mas digo.

Nem que sou azarada, meu amor me chama de linda, mas também digo.

No fim, no fim.

Seja por ódio velado de mim, meu corpo se revoltou, por anos de pouco cuidado, enfim, enfim.

Queria me amar nem que fosse um pouco, cultivar menos vergonha de mim.

Queria dizer com clareza e certeza, eu me aceito desse jeito, eu gosto de mim.