Vulgo tempo

Estava no ponto de ônibus, estava mais uma de mim, tão jovem de cabelos longos e ondulados vestida de uma farda de jovem aprendiz ela estava acompanhada de uma adolescente com rosto cheio de espinhas cabelos esticados e longos, essa adolescente estava acompanhada de uma pré -adolescente de olhos atentos assustados como se a qualquer momento pudesse ser atacada e ao seu lado tinha uma criança que dançava e cantava. Que tristeza! Um assaltante se aproximou reconheci seu rosto através de uma reportagem na TV, o conhecia como "o vulgo tempo". Começou pela pequenina que cantava e dançava. Mandou que a criança ficasse quieta mas ela ficou assustada, fechei meus olhos para não ver a tal cena tão horrenda, quando abri os olhos a garotinha não estava lá, em seu lugar a pré adolescente de olhos arregalados, o assaltante aproximou-se dela, não me permito ver isto, fechei meus olhos novamente, não quero contemplar essa maldade. Quando abri meus olhos, no lugar dela estava a adolescente. Eu olhei, olhei sem temer para seu rosto, seus olhinhos estavam assustados com tudo o que se passou com a criança e a pré adolescente. Virei o rosto e quando tive coragem para olhar era a jovem que estava em seu lugar. Escorreu uma lágrima dos meus olhos ao ver o assaltante se aproximar eu também não vi como ela desapareceu, assim como não vi as outras, mas sei que vou um dia para o mesmo lugar, isto é, quando chegar a hora do tempo mim assaltar, pois sei que essa sequência vai continuar. Só acho que talvez por ter olhado muito para elas estão todas dentro de mim, isso porque tenho percebido que sei de suas histórias, sei de suas lembranças mais remotas.

Alineps
Enviado por Alineps em 31/03/2020
Reeditado em 31/03/2020
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