Licença Poética

Deixe-me passar

Preciso gritar para afogar as mágoas

Deixe-me falar

Preciso encarar rancores pródigos

Deixe-me sentir

Preciso enterrar proezas sórdidas

Deixe-me cantar

A música há de acalorar minha mente úmida

Não queira tolher sentimentos

Não queira brecar argumentos

Não se sinta à vontade

A casa não é sua

A luta é contínua e sempre continua,

Toda alma nua será revelada

Ainda que esteja disfarçada, em rede velada

Me dá licença, é preciso voar