MEMÓRIA E HISTÓRIA (Série Reflexiva Mente) ROBERTA LESSA

Existe uma sutil diferença entre as ditas verdades que tentam atravessar nossas mentes através de sutis e deléveis imposições situacionais e temporais; e as tantas verdades que nos vêem através de fidedignas transmissões atemporais herdadas através da oralidade.

Nesse diferencial a sobrevivência daquilo que é real e plausível depende da nossa memória, do lembrar coletivamente e através dos tempos idos, aprendendo também o segredo de se ter confiança mais na memória real do que na história factual, nessa sobrevida, mesmo com modificações interpretativas reside o cerne da fiel linha de circunstâncias que nos conduzem a reflexão mais apropriada para obtermos clareza naquilo tudo que acessamos, sabendo filtrar o que realmente é digno de se considerar.

A memória é vibrante e pulsa pela imutalidade daquilo que universalmente há de ser considerado, enquanto que a história se torna serva daqueles que a controlam e dela se beneficiam dando-lhe características interpretativas direcionados à um meio e à uma intensão.

Há aqueles que manipulam os formatos da memória com a finalidade também de ludibriar e deletar seu padrão vibratório enquanto expoente de verdades universais embutidas no imaginário da humanidade que se manifesta através de um intrincado sistema de transmissão de conhecimentos milenares que remontam até mesmo antes do advento da escrita.

Devemos ter cuidados especiais com aqueles que manipulam tanto a história como a memória, pois mascaram - se de bons samaritanos, líderes de grandes grupos ou mesmo detentores de sabedorias apropriadas pelo intelecto já condicionado ao poder da manipulação.

Repetimos frases feitas, ditadas cotidianamente sem que percebamos nelas as incoerências estatizadas como ferramenta que nos leva a crermos irrefletidamente naquilo que nos vem através dos tantos mecanismos de comunicação em massa existentes.

Essa falsa história é escrita com o extermínio daqueles que procuram a verdade e os que ainda se mantém fortes em recordar e manter a semente que lhe fora passada para que reproduzissem o real teor de realidade que nos torna humanamente conscientes e dentro do contexto que insistem, os manipuladores, em retirar-nos.

Muitas vezes para podermos estabelecer a quebra dos padrões daquilo que está cristalizado como historicamente verdadeiro, temos que sangrar na memória que muitas vezes fora também atingida pela deterioração criminosa, legalizada e intencional por aqueles que não desejam a liberdade de se acessar saberes que revolucione os dizeres e retornem à transmissão natural de tudo que nos torna aptos à pensarmos por nós mesmos e assim retomarmos as rédeas de nossas vidas e existências.

Sejamos cuidadosos com aquilo que consideramos verdade histórica, bem como saibamos interpretar o que nos é transmitido pela sabedoria da oralidade, para tudo há pesos e medidas diferenciadas que devemos considerar.

Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 14/06/2020
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