Desculpe-me, eu não consegui!

Sinto-me em um circo, mas não em um daqueles em que a alegria reina e o riso impera. Sinto-me em um circo de horrores, no qual pessoas estranhas me perseguem com olhares raivosos. Nele o medo te alcança mesmo que você corra o mais rápido possível.

Penso no que há de errado nesse circo e fico em dúvida se eles são estranhos ou se sou eu que não consigo me encaixar. Serei eu o corpo estranho nesse mundo no qual a atitude da maioria não condiz com a realidade? Serei eu o animal que tinha que ser morto por ser fraco demais? Serei eu o único membro do bando que não concorda em seguir nesse caminho autodestrutivo?

Mas sigo, tenho que seguir. Afinal a morte assusta, o outro caminho é misterioso e difícil de encarar sozinho. Acredito que há outros membros desse aterrorizante circo que aceitariam seguir esse caminho comigo, já que no meio de olhares estranhos ainda se encontra os amorosos e esperançosos. Infelizmente, eles de nada adiantam, pois esse caminho tem que ser seguido pela maioria, mas a maioria foi cegada e segue quem a cegou.

Entretanto, quando o fim chegar, nada irá me eximir da culpa e nada me deixará descansar em paz. Afinal, esse texto não é uma tentativa de mudar o mundo, mas sim uma declaração de culpa.