Silêncio que fala

Aos sábios, alimento

Aos tolos, descontentamento

Aos surdos, paz.

Aos ansiosos, calma!

Silêncios falam...

E para mim, nem sempre é tão fácil assim...

Entre contorções e inquietudes

Boca fechada, mente se confunde

Memórias enlouquecem...

A fala se cala, a voz não tem vez

Morre sem fazer ruído...

A língua balança, mas o som não alcança o volume do ouvido

Surge um gesto sem barulho...

Cabeça se ergue

Olho pro céu em busca de algo mais

É o momento da oração...

Perguntas, agonias, choros e alegrias

Desata-se o nó que se fez na garganta

E a mudez que vivia na margem, explode saindo da língua

Mudando a história, o rumo...interno!

Falar com Deus

Sem previsão de um futuro inevitável

Nem correção de um passado ineditável

É a busca pela sabedoria do presente

O agir de forma pensada

Cal-ma-men-te...

Acalma a mente

Quem tem calma na alma, não mente

Pra sim nem pra outrém

No silêncio se aprende a ouvir

A voz de Deus, a sua e dos demais

Entender que uma boca, dois ouvidos

São suficientes para equilibrar a paz