A mudança

Um relacionamento, dois seres...

Ela o culpa por não lhe dar atenção, ele a responsabiliza pela má fase no relacionamento.

2 anos, os dois não o entendem mais como aos 6 meses. Ela vive falando que ele não sabe mais corteja-la, do outro lado, ele diz que ela não se cuida tão bem como antes...

Eu, como interlocutor, observo essa guerra entre os demônios de um e do outro, para saber quem se sobressai em suas imperfeições.

Mas o que seria um relacionamento, senão uma união de adjetivos em sincronia, os assuntos em comum e as manias, tão distintas, que se complementam.

A cada fim de semana, uma discussão pelo filme que irão ver, no fim, perderam o dia sem ver o filme da vida deles passando com brigas em vão.

Será que a guerra das almas vai durar por mais 24 horas? É possível, já que eles não poupam esforços para atacar a fraqueza do parceiro, como um jogo de xadrez, onde o ego é o Rei a levar xeque-mate.

Cadê aquela inspiração que fez dois corpos compôr uma sinfonia perfeita de paixão e melodias alucinantes de eterno êxtase, dali para um encontro entre suas essências? Estaria perdida no seio desses indivíduos?

Cabe a essas belas almas amantes, reencontrarem no âmago, a mudança para que possam novamente, como na gêneses, convergir em encantamento todos os sentidos vividos.