AQUI DENTRO E LÁ FORA

Concebemos em nosso conhecimento obtido através dos sentidos em termos da dualidade que desenvolvemos como percebedor experimentador e experimentado percebido, vendo o mundo e nossa experiência achando que as coisas existem em algum lugar por si só, com um observador em outro lugar, olhando e pensando.

Contudo é impossível em nossa experiência separar a percepção do sentido do próprio sentimento, pois a percepção do sentido é a mesma experiência e presença do sentimento, porque, se descartarmos a dualidade do observador e do observado, o percebedor e o percebido coexistem como a experiência, porque tudo é uma manifestação da mesma realidade, e o que existe é a consciência ciente de si mesma com o sentimento.

A separação entre sujeito e objeto, embora distintos, sempre surgem como uma unidade e nunca é total, porque um sujeito sempre implica um objeto, pois a relação entre sujeito e objeto é que eles são dois sempre juntos fazendo parte de um intrinsecamente ligado ao outro.

Como um subconjunto de nossa inteligência bruta, a percepção, com a assistência da aplicação de conhecimento prévio para fazer julgamentos, significa que somos capazes de receber informações do mundo ao nosso redor e processá-las com sabedoria.

A duplicidade na percepção, não na realidade, como uma presença consciente, torna-se a ampla estabilidade do absoluto, silenciosa, imóvel e inativa, enquanto presencia indiferente a atividade dos fenômenos, mas, com uma diferenciação na manifestação de um sujeito autônomo de um objeto inseparável da realização de sua dualidade.

No trajeto da vida, o princípio sutil e profundo que mantém o ego unido e funcionando é a fé na dualidade diante da perda da verdade, como um juízo deformado, errôneo e confuso sobre a realidade não notada, dando lugar a percepção definida de diferenças, separações e pluralidade, causando a perda de unidade.

A persistente falta de clareza é o que acontece entre personalidade e a essência, quando a experiência fundamental e indispensável não influencia a qualidade da pessoa, uma alternância que não se situa entre a personalidade e a presença, mas entre a dualidade separada da presença e resistente a ela, e a unidade, que experimenta de fora sua compreensão da natureza do sofrimento, demonstrando que nossa personalidade não é transformada na realização da individualidade, mas em sua mudança, à proporção que a alma se desenvolve como indivíduo com caráter e identidade emocionalmente e mentalmente quando o ego-eu é inseparável de nosso ser, numa dualidade que separa de forma natural e espontânea a unidade original da realidade do eu e do espírito, na realidade que se torna em três entidades separadas, eu, Deus / Ser, espírito e mundo, uma singularidade sem a dualidade de sujeito e objeto, com diferenças, mas sem partições, contrastando com a percepção do ego baseado exclusivamente no físico.

Além do campo de sensibilidade da alma, onde toda a experiência acontece, não existe observador experimentando os eventos internos, além da alma.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 09/07/2020
Reeditado em 02/11/2023
Código do texto: T7001281
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