JUNHO

"…vem o fim do ano, Natal, Ano Novo, em seguida Carnaval e depois vem os Festejos Juninos onde são apresentados muitos folclores da cultura brasileira, particularmente nordestina. De origem religiosa, são homenageados três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio.

Essas festas desenvolveram-se no Nordeste brasileiro justamente por ter sido nessa região, que se iniciou a exploração das terras descobertas, primeiramente com a extração do Pau_Brasil e posteriormente, com o início da colonização vieram os cultivos da cana_de_açúcar, veio também a pecuária _vez que o boi foi um dos fatores coadjuvantes, da produção de açúcar. Este animal fornecia, força motriz para movimentar o engenho, o couro para vestimentas, calçados, embalagem do produto e carne para alimentação de todas pessoas envolvidas no processo.

A humanidade desde os seus primórdios tende a festejar glorificando e sacralizando os seus principais alimentos. Isso já é uma cultura verificada em todos os povos, desde os primitivos até os contemporâneos. Podemos verificar isso de forma bem clara ao assistir aos domingos o Globo Rural, anunciando - Festa do Arroz, Festa do Leitão à Pururuca, Festa da Melância, etc. Pois, há festas em todas as regiões, sempre exaltando a principal produção de cada localidade.

Os festejos juninos têm tudo a ver com essa observação, porque o mês de Junho coincide, principalmente, na região nordeste, com o período de colheita dos principais produtos agrícolas desde aquela época. Então o camponês aproveitava esse momento de intervalo e inícia as atividades de preparo das terras para o próximo plantio. Como também, desenvolve suas atividades como, casar os filhos, se divertir, batizar as crianças da comunidades e assim a realizar as interações religiosas e sociais.

Infelizmente essas manifestações culturais estão perdendo o sentido, porque o sistema de produção daquele tempo, não tem mais nada a ver com o modo de se produzir atualmente. Por conta dessa mudança os laços afetivos então existentes por força do trabalho, do parentesco, da vizinhança, enfim da amizade, não existem mais. O alimento hoje é todo produzido em escala industrial, de forma mecanizada, robotizada, a ponto.

Ainda, vale o tempo de comemorações, alegria, e diversão que para muitos pela essência do muticulturalismo que têm base os santos populares, acréscimo de herança cultural e o e inovações que se adaptam a cada espaço."

(Prof. Gilberto Moura)