Agonia noturna
E na agonia de ser, mergulho nos mais profundos abismos da alma. Procuro sem sucesso, aliviar a dor pela qual não sei o real motivo da existência. Ora fico submersa em um choro desesperado, ora o litro de alguma bebida me entorpece.
Porém são nesses momentos de aflição que aprendi que ninguém irá me salvar. Estou sozinha e as escolhas que tenho são a de me entregar a escuridão e deixá-la tomar conta de mim, até o meu declínio. Ou lutar, mesmo que não haja forças. Procurar a luz ao qual possa seguir e sair do âmago que me encontro. Apesar de a primeira escolha ser tentadora, escolho a segunda. Dói, é torturante, enlouquecedor, porém sair das sombras é nescessário. Durmo um pouco, logo amanhece. Lavo o rosto e estou pronta para encarar novamente a vida, com o alívio de quem conseguiu vencer mais uma crise. Até quando lutarei e serei forte, não sei.