Agonia noturna

E na agonia de ser, mergulho nos mais profundos abismos da alma. Procuro sem sucesso, aliviar a dor pela qual não sei o real motivo da existência. Ora fico submersa em um choro desesperado, ora o litro de alguma bebida me entorpece.

Porém são nesses momentos de aflição que aprendi que ninguém irá me salvar. Estou sozinha e as escolhas que tenho são a de me entregar a escuridão e deixá-la tomar conta de mim, até o meu declínio. Ou lutar, mesmo que não haja forças. Procurar a luz ao qual possa seguir e sair do âmago que me encontro. Apesar de a primeira escolha ser tentadora, escolho a segunda. Dói, é torturante, enlouquecedor, porém sair das sombras é nescessário. Durmo um pouco, logo amanhece. Lavo o rosto e estou pronta para encarar novamente a vida, com o alívio de quem conseguiu vencer mais uma crise. Até quando lutarei e serei forte, não sei.

Juliane Vital
Enviado por Juliane Vital em 20/07/2020
Reeditado em 21/07/2020
Código do texto: T7011914
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