FALTA DE SI
Você já sentiu falta de si?
Falta do sorriso bobo, da alegria despretensiosa
E de quem era de fato, antes das situações e pessoas passarem por sua vida,
E arrasarem com teu solo?
Eu sinto falta de mim,
Que mesmo em meio a turbulências, possuía uma alegria que não cabia no peito
Queria abraçar o mundo, e ainda quero.
Mas hoje, não mais com tanta paixão.
Hoje percebo que somos como uma vegetação.
A gente floresce ou morre aos poucos, dependendo do que nutrimos em nós.
Mas assim como a natureza, temos o poder de nos regenerar.
É um processo árduo.
O “se reencontrar” outra vez, mas, um processo necessário.
As vezes, só precisamos de calma, silencio, um tempo de espera
E um pouco de reflexão.
Para ver, que mesmo com o solo arrasado, ainda podemos florir.
Que mesmo com as tempestades, ainda podemos germinar quando a primavera vier.
Acho que a vida é isso, uma sequencia de faltas, de si, dos outros.
Mas nem tudo será sempre sobre as faltas.
Não podemos dar mais prioridade ao que passou e seguir a vida olhando pelo retrovisor.
Como diz a música “temos todo o tempo do mundo”
E todo dia é uma oportunidade para olhar para frente
Para corrigir os erros, encarar a realidade e deixar o passado, onde ele deve estar.
Lá trás.
A vida acontece hoje, acontece agora.
E ainda que nossas folhas sequem, nosso sorriso se perca,
Podemos sempre continuar tentando florir.
E tentando nos encontrar
Porque a vida é isso, uma incessante busca por si.