Mixórdia

Eu tento escrever sobre mim mesmo, mas não consigo...

Sei lá...aprendi que expor o que se sente não faz parte do idealizado "homem-de-ferro"...

Carrego um fardo imposto sobre meu ombro e sempre me encontro em dívida, com quem nunca jamais foi meu credor. Me cobram, mas jamais aceitam minha declaração e caio sempre na malha fina.

Sabemos que a vida é feita de responsabilidades, mas cada dia que passa, tendo a pensar que firmamos nossas bases nas impossibilidades

Vejo uma cultura que prega contra o machista, ao mesmo tempo que idolatra o vigarista...sério, até quando viveremos pela ordem chantagista? Onde vemos a imensidão da ignorância, da presunção e do simulacro a perder de vista?

Estava voltando em meu passado e percebi que tenho vivido uma vida para outros...busquei sempre o encaixe, pedindo acolhimento...recebi as normas de praxe e tive que me contentar com o encaixotamento.

Essa adaptação me tornou multi-tarefas. Um típico protótipo robotizado..."homem bicentenário", sempre feliz em ser "útil"...

Mas de uns anos pra cá, percebi que o que de fato traz a efêmera felicidade para nossa sociedade é ser mais um fútil...(ser inútil virou o cargo mais disputado na repartição)

Acho que viverei sempre a síndrome do cão vira-lata que nunca está qualificado a ser raça pedigree!

E daí fico em constantes devaneios, buscando em música e literatura o upgrade necessário para não ser jogado pra escanteio...

Aos poucos percebo a evolução, com o efeito da idade. Abrindo mão da austeridade e lendo atentamente os conselhos daquela moça que entendeu um pouco da minha insensatez

Ela é a Sophie, que escrevendo poesias com intensidade, traz a pluralidade necessária a esse sujeito singular que sou...

Encontrei a recíproca verdadeira, a quilômetros de distância de minha cidade e agora estudo o baianês!

Leandrowski

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Poeta Leandrowski
Enviado por Poeta Leandrowski em 25/07/2020
Código do texto: T7016279
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