O quão relevante é existir?

Tenho refletido bastante sobre a real importância da minha existência. No auge dos meus 29 anos, o que eu deixei ou deixarei de relevante para as gerações futuras? Qual será o meu legado? Aquela famosa tríade plantar uma árvore, fazer um filho e escrever um livro é válida? O que tenho feito de relevante hoje em dia?

Aí me deparo com uma fala em um filme chamado Sombras da Vida. Em uma mesa há um grupo conversando e uma garota está dizendo que quer desistir de escrever um livro, pois não ia compensar financeiramente, ao que um cara na mesa começa a fazer uma digressão sobre a importância de deixar algo para a posteridade. Eu revi a cena, pois queria ter certeza de ter ouvido aquilo. Em resumo, a ideia de que deixemos ou não algo, o tempo se encarregara de tornar tudo pó, irrelevante, então para que se preocupar? Por que não continuar vivendo sem pensar nessas coisas? (a fala do filme é fantástica, aconselho assistir ao mesmo).

Parece um conceito niilista e até certo ponto talvez o seja. Se observarmos nossas ações a longo prazo, a relevância vai gradativamente caindo até não restar muita coisa com que se importar. Isso me faz ter um pouco de medo de pessoas que são donas da razão, cheias de opiniões absolutas (tipo bolsonaristas, não consegui não pensar neles, desculpe).

A energia gasta com coisas que não estão dentro de nossas possibilidades, a ideia de que somos favorecidos pelo universo, que somos seres especiais, que o lugar de um número x de estrelas determinam nossas ações, que nossa alma é eterna, que Deus criou um universo gigantesco só para nosso deleite... tudo BOBAGEM.

Como pessoas que acreditam piamente que são o pináculo da humanidade. Há pessoas que chegam ao absurdo de crer que tenham uma missão na Terra.

Mas vamos com calma, a ideia não é dizer que viver seja algo totalmente vão. No curto (curtíssimo) espaço de tempo em que aqui estamos poderíamos tornar nossas vidas melhores, realizar coisas importantes para as gerações futuras. A minha grande guerra é contra os egos inflamados de plantão e espero que esse não seja seu caso meu/minha amigo(a). Minha grande raiva vai de encontro às pessoas que acreditam ser moralmente superiores.

Minha grande indignação é comigo mesmo...

Francisco Nascimento
Enviado por Francisco Nascimento em 26/07/2020
Reeditado em 26/07/2020
Código do texto: T7017627
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