Sorte
Sorte! Posso considerar que tenho.
Inclusive, ser forte nunca foi vitrine.
Foi no amor, daquele com palavras firmes,
Que fui descobrindo o brilho sem par que é amar o ensinar.
Lógico, minhas falhas eu posso contabilizar facilmente
Afinal, se estou aqui, a falha está ao meu lado,
Inerente divergência emocional humana.
Sorte! Mesmo falível, prefiro falar dela
Sempre me acompanhou, tem formato e nome certo
Cabelo enrolado, bigode, e um papo direto, mas certeiro que só.
É, vem no substantivo feminino uma gratidão
Adilar não é comum, tão pouco uma letra fria
Não é mera classificação gramatical,
Mas sim, puro amor incondicional.
Pai, é palavra forte, supranatural.
Eu conheço sua força e sua delicadeza,
E num mundo tão louco e tomado por sacerdotes
Tive eu, aquela tão falada sorte,
Pois vejo, dia a dia, um ser que é, sorri e ama, isso é ser forte.
Quis a vida me presentear com tal substantivo feminino
Quisera eu, num mundo perfeito e utópico,
Que todos tivessem o mínimo, o óbvio.
Sorte a minha, ter um pai que ultrapassa qualquer idioma,
Não está preso em letras ou pronúncias cafonas.
Sorte ter um pai que é pilar,
Exemplo de bem-querer em qualquer destino.
Tendo, nas mãos calejadas, o amor imensurável de um filho.