Oscilante
Só não existem respostas se as perguntas não forem formuladas certas, só se entra pela janela se as portas não estiverem abertas.
Só é capaz de amar quem se ama, só valoriza a ética quem conhece a lama.
Só voa quem tem ou se dá asas, ninguém chega ao fundo sem conhecer as partes rasas.
Os limites sempre são desafios a serem vencidos, os medos destinam-se a serem esquecidos.
Os amigos são jardins que devem ser cuidadosamente cultivados, os amores são diamantes a serem lapidados e delicadamente eternizados.
Os mitos são lições a serem assimiladas, as convenções são posturas que devem ser questionadas.
As diferenças, oportunidades de vermos o contexto de outra maneira, rejeitá-las sem tentar entendê-las é sempre besteira.
O certo e o errado nunca podem ser rígidos padrões, a moral e a beleza não passam de efêmeras convenções.
Nada é imutável ou constante, a vida é apenas uma estrada para o eterno viajante, sempre novas paisagens e situações, novos arranjos e ritmos para velhas canções.
O muro rijo, o vento inevitavelmente põe abaixo e deixa em ruínas, os galhos flexíveis que dançam no ritmo das mudanças, galgam espaços e vencem o dilema das esquinas.
Como massa de modelar, adaptáveis às pressões, seguimos céleres, vencendo as monções, aprendendo as lições, alimentando as visões e cumprindo as inevitáveis missões.