Uns e Outros Devaneios

Alguns nos dão a desculpa de que não querem nos machucar, que têm medo de fazer-nos sofrer, mas nunca perguntaram o quanto estamos dispostos a fazer dar certo, se estamos preparados para um possível resultado ruim e se temos medo de como ficaremos caso as coisas não saiam como o esperado.

A questão é que as experiências passadas nos moldam e nos fazem ser mais resistentes às novas feridas quando causadas pelos motivos similares.

Seria como se quando algo nos abalou de surpresa, talvez tivemos que ter tomar um soro, como após uma picada de um animal peçonhento, tivemos que ser surpreendentemente fortes e lutar para continuarmos dali, lutar intensamente por nossa sobrevivência.

Porém existem coisas que aprendemos no dia a dia, com cada experiência: se assemelha com as vacinas periódicas que tomamos, causam um desconforto aqui, uma febre ali, mas vão preparando-nos para quando entrarmos em contato com aquilo que naturalmente nos faria grande mal, não sentirmos tanto, termos os efeitos atenuados.

Assim é com nossa saúde física, mas assim também é com nossa saúde mental e com nosso emocional: devemos usar cada experiência para nos imunizar contra as dores que a vida pode causar, usar para melhorar nossas conexões, relações e trabalhar reações a possíveis frustrações.

Verdade é que observando esse cenário de pandemia, esse pensamento só foi reforçado: hoje lutam para remediar o vírus pós contaminação nos casos mais agressivos, porque o mundo não estava preparado para lidar com esse novo vírus - essa nova dor - e está tendo que lutar com todas as forças para lidar com todas as suas consequências. No entanto, acredito que após a criação e distribuição da vacina e a presença de anticorpos naqueles que foram contaminados, as pessoas por todo o mundo estarão melhor preparadas para lidarem fisicamente com ele caso haja contato futuro, além disso, as rotinas poderão ser retomadas, o medo que hoje impera, irá diminuindo à medida que formos compreendendo o que aconteceu e todas as mudanças realizadas pela vivência dessa nova situação, aprendendo a lidar com isso no futuro e então poderemos retomar as nossas vidas, nossos empregos, nossos estudos normalmente - experientes e cientes que o risco sempre vai existir, mas a vida merece ser vivida apesar deles, do medo e do quão prejudicial o contágio pode ser.

Assim também é com nossas mentes e com nossas emoções, talvez não estávamos tão preparados para a primeira vez que tivemos que passar por situações de traição, de rejeição, de frustação, de um término por incompatibilidade etc., mas, se usarmos as dores do passado para aprendermos, podemos nos blindar para o caso de passarmos por situações parecidas futuramente, como a vacina, de certa maneira, blindará nosso sistema imunológico contra o vírus, o que não podemos é desistir de retomarmos a normalidade social pelo perigo do contágio, desistir do amor por medo de sofrer, desistir de tentar por medo do insucesso, desistir de viver e viver algo em sua plenitude pelos riscos existentes, pelos "nãos" que aceitamos pela covardia de tentarmos o "sim", por condenarmos as possibilidades de um lindo futuro por medo de reviver uma situação dolorosa passada...

Talvez essa contextualização esteja um pouco confusa, mas se fosse sintetizá-la escreveria que passar por uma situação difícil só deveria nos ensinar a como lidar com ela numa outra ocasião, mais experientes, mais resistentes, mais maduros naquela área e não nos transformar em covardes que abrirão mão de viver coisas incríveis por causa dos riscos.

O fracasso, a negatividade, a mediocridade e o não nós já temos, o contrário disso só teremos, se ousarmo-nos a conquistar

Ddsa Carvalho
Enviado por Ddsa Carvalho em 16/08/2020
Reeditado em 16/08/2020
Código do texto: T7037386
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