Duas metades.

Eu me pergunto até quando você irá empurrar com a barriga a nossa relação, até quando irá fingir não ver nossos problemas por preguiça de encontrar a solução.

Quando você irá olhar pra mim e enxergar a pessoa que eu sou, ter medo de perder o meu amor.

Não sei mais o que dizer, as palavras se esgotaram, já não há mais forças pra seguir verbalizando sozinha sobre aquilo que me atormenta, você fecha os olhos e tapa os ouvidos, eu fico ali estagnada, olhando pra você, pensamentos a mil, vontade de gritar, de sumir, de te esperar.

Metade de mim quer você aqui e agora, a outra metade já não sabe mais. A dor da incerteza corrói o meu interior por completo, só consigo pensar: o que faço agora? Será que fico ou vou embora?

No passado você quis sumir, metade de mim se agarrou em você, implorou pra não ir, enquanto a outra metade tentava em vão me fazer entender que talvez essa fosse a melhor escolha, mas pra quem? Pra você? Pra mim? Pro nosso filho ainda pequeno e tão apegado quanto eu?

Uma metade chora, a outra grita, eu não entendo nada.

Uma metade sua quer ir, a outra quer ficar, mas você não sabe que lado ouvir, de cima do muro você olha pra ambos os lados, não encontra saída, lá se vão alguns anos no meio do caminho encarando os dois lados sem saber o que fazer.

Metade de mim se pergunta o que será de nós? A outra metade se pergunta onde o NÓS foi parar? Mas eu não sei o que dizer, sigo muda.

Bruna Carvallho
Enviado por Bruna Carvallho em 12/09/2020
Reeditado em 12/09/2020
Código do texto: T7061637
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