Verdade, Pós-verdade ou CALE-SE PORQUE EU TENHO RAZÃO!

O que é verdade? Segundo o dicionário Michaelis é “o que está de acordo com os fatos ou a realidade; conformidade com o real; autenticidade, exatidão, veracidade”. Reflito sobre isso por alguns momentos, enquanto pego minha pipoca para assistir extasiado ao MMA intelectual, que se instaurou na Internet nossa de cada dia. Não que eu tenha desejos sádicos (Não, sem essa de A Causa Secreta ou sede de sangue), nem sinto menos pathos pelo desenrolar dos “fatos”. Apenas suspendo qualquer ideia de expor o que eu penso e espero o que vai surgir de toda essa feira de opiniões. E eis que surge uma pós-verdade, quentinha, saída do forno.

Pós-Verdade é um termo que, segundo o Dicionário Oxford, “se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais”. Logo, fatos são menos importantes do que o apelo emocional. E essa bipolarização entre vermelhos e azuis, coxinhas e mortadelas, é uma boa forma de ilustrar tudo isso, onde acintes são lançados de todos os lados, em um maniqueísmo bonito de se ver. Claro que existem vieses e heurísticas por trás, mas não valeria a pena entrar nesse assunto. O importante de tudo isso é que o novo Coliseu é a internet.

Vencedor

Toma as espadas rútilas, guerreiro,

E à rutilância das espadas, toma

A adaga de aço, o gládio de aço, e doma

Meu coração — estranho carniceiro! (Juro que tentei, mas não consegui suprimir o desejo de citar Augusto dos Anjos).

Assim fico aqui, sem buscar a verdade irrefutável e indubitável (tendo ao perspectivismo filosófico) apenas me deleitando ao assistir essa guerra pela busca da razão ou pela história que causará mais comoção.

(Claro que não! Não me deixem mentir assim tão descaradamente... Prefiro assistir ou ler alguma coisa, afinal ninguém se importa com minha opinião, o que torna esse texto quase um paradoxo.)