O Potinho de Perfume

Me arrepiava sempre que escutava a música do David Bowie intitulada por “Starman”, imaginava estrelas, cometas, um redemoinho de ideias em constelações, tudo parecia tão para além.... um além que eu não podia tocar, mas insistia persistentemente em imaginar, a melodia e os acordes que aos nossos ouvidos são tão vivos, diz mais ou menos assim: “há um homem das estrelas, esperando no céu, ele nos disse para não confundir porque ele sabe que tudo vale a pena”. (ponto!)

Acho que confundir foi tudo que essa música realmente se propôs, confusão, mistérios, bem e mal, luz e sombra, a música nos prende, e talvez ai seja o meu fascínio por ela, como qualquer mortal, dentro de sua singularidade, sempre passamos pelos questionamentos de nossa existência, você de fato, já pegou-se pensando aos diversos questionamentos humanos: qual o sentido da vida? haverá o destino? qual o meu caminho? Já perguntei-me muito sobre isso, mas recentemente uma frase pegou-me pelo braço, sim!! ela não simplesmente falou-me aos meus ouvidos, ela pegou-me pelo braço e mostrou-me um sentido, a frase dizia assim: Não se preocupe em resolver os mistérios da vida, você está aqui para vivenciá-los, (ponto!), para tantos nós dados, para tantas angustias dissipadas, para tanto movimento de procuras por um sentido palpável, a frase vinha como um bálsamo, dentro de um potinho de perfume, eu percebi o poder do perfume, esfreguei-o em mim, e todas às vezes que me preocupava se de fato havia um homem das estrelas me esperando no céu, corria lá fora, olhava mesmo para o céu, e sua imensidão azul, (amava observar o céu), e já não me importava se ele era de fato azul ou incolor, se nas nuvens existiam portais para outras dimensões, ou se acima de nós existia uma outra civilização... Agora, via que, cada qual, estava em seu lugar, eu estava no meu, embaraçando-me. Se me perguntas, qual é o meu ofício então? Respondo-te:

-Entregar-te um potinho de perfume.