Os dedos seguem o deserto proporcionado pela falta de ideias novas. Depois os músculos das mãos, cansados, aborrecem a vontade de continuar um caminho endiabrado de luxúria sem pensar na posterior penúria.

E os braços que pedem por descanso dos abusos sem vontade, do sangue que corre sem destino certo, das muralhas acrescidas de solidão.

Por fim o corpo que ainda teima em obedecer, sem o fim mais que certo em zona de imaginação muito incerta e que poderia apenas amenizar a realidade de conquistas sem descanso, de alegria sem sentido, de alaridos sem âncoras precisas para domar a mera vontade de apenas viver.
Manuel Marques
Enviado por Manuel Marques em 30/09/2020
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