Faces

Os traços sutis no rosto são lembranças, as cicatrizes que ele comporta, canta os sorrisos esquecidos em algum canto, interrompidos pelo medo talvez de nada ou de estar em si, pois o tempo voa em torno de nós, representando as releituras do outro.

Nas fragilidades das faces não há momento que estanque a ferida, e minha visão não te alcança, saio de mim, trombeteando recordações que não querem se esquecer. Na face pálida não há como fingir a saudade ou pintar quadros rasos num espaço perdido em sorrisos efêmeros.

E da janela vejo a chuva, escutando Edith Piaf...

Jane

São Paulo, 22 de Outubro de 2007.