É umbralina
Tenho que parar de escrever minhas carências
Pois meu português é muito curto
Tenho que parar de escrever minhas tristezas
Pois não tem idioma que sirva no mundo.
Se sou feliz, não sou poeta
Se sou triste, não sou quem presta
Se vivo, me sinto morto
E se morro, é porque vivi.
Tenho tantos abraços, que uma multidão só não da conta
Tenho tantos erros, que o suficiente é infinito
Se choro, sou arte
Se pisco, eu perco
Se capricho, também perco
Se esnobo, eu ganho
A vida é só ida
A volta é outro plano
Que não se planeja
É umbralina.