FELIZ ANO NOVO - 2021

Queridos amigos,

Mal posso crer que já termina 2020.

Em fevereiro, estava eufórica: entre várias candidatas chegara à fase final em um processo para atuar como secretária executiva de uma grande empresa, na região central de São Paulo e com um salário respeitável.

Autônoma há cinco anos, começava a sofrer com a instabilidade característica da prestação de serviços.

Em março, os serviços foram interrompidos por causa da Covid-19. O processo de seleção daquela empresa foi pausado e logo cancelado.

Imediatamente tratei de mudar de endereço. Morava vizinha a uma grande empresa para a qual prestava serviços – o metro quadrado ali era muito valorizado.

Mudei para Cotia. Casa três vezes maior e valor honesto. Aos poucos, fui retomando trabalhos, working from home e permanecendo em casa o tempo todo, exceto por duas visitas mensais ao supermercado. Não fiz parte da turma que correu ao mercado para estocar suprimentos.

Lembro dos vídeos de gente se atracando no mercado por causa de um fardo de papel higiênico... Até hoje não entendi o temor: a gente não pode sempre tomar banho? A falta de água preocupa, claro, mas o fator PH não me aterrorizou.

Comprei álcool gel, máscaras e tal. No começo lavava todas as embalagens e sacolas. Depois, cansada da trabalheira, passei a deixá-las ao sol por um tempo...

Em abril, foi meu niver. Felizmente, veio minha irmã, com máscara Ninja, tirando sapatos, lavando as mãos, higienizando com álcool, mantendo a distância e me trazendo um bolo que meu cunhado teve a gentileza de me ofertar. Juntos, ouvimos músicas, conversamos e rápido nos despedimos. Nessa ocasião já se surpreenderam com a qualidade dos meus quitutes: era a cozinheira em mim despertando para a vida!

Maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro... Mil e uma notícias, métricas, previsões, perdas, bagunça, tragédia, confusões, fake oldies, fake news, polarização, escolas vazias, aulas online sem critério ou padrão, pais se virando para ajudar a criançada com os estudos e ainda mantê-las ocupadas e felizes... Casais se reaproximando, outros se odiando. Gente ganhando dinheiro com novas demandas, gente ficando sem emprego e sem saber como se reinventar. Toda sorte de eventos. E de não-eventos. Vacina sim, vacina não, auxílio sim, auxílio não e sai da prisão para a eleição. Da eleição para a prisão. Quem quisesse entender, perderia tempo. E alguns, com bastante tempo, investiriam nas diversas teorias da conspiração.

Houve uma turma afirmando que em cada vacina chinesa nos implantariam um chip cuja função não ficou bem clara. Uns dizem que era para dizimar a raça humana, com exceção dos próprios chineses, claro...

Confesso que não compreendo qual seria a graça em dominar um mundo vazio. A falta de um povo dominado não anularia o poder do dominador? Acho que perdi o fio!

Enquanto isso estou em casa trabalhando, fazendo meus cursos, plantando temperos, estudando idiomas, retomando a leitura, cozinhando como nunca e esnobando o padeiro: aprendi a fazer cada pão lindo e gostoso que eu mesma me surpreendi!

Nesse meu novo endereço, próximo a parques, matas e floresta, volta e meia vejo pássaros raros, macacos, esquilos e outros bichinhos.

Uns e outros me chamando de Polyana e eu cantando, ressuscitando abelhas com açúcar na colher: lá-lá-lá-lá-ri-ri-ri...

O fato é que sigo uma filosofia espiritualista e acredito que este planeta seja uma escola para promover a evolução de aprendizes como eu.

Penso que as crises sirvam para promover mudanças necessárias.

Enquanto não aprendermos a colaborar como a missão divina requer, vamos enfrentar obstáculos que nos obriguem a enxergar com bom senso e, preferencialmente, alguma generosidade. Já houve todo tipo de conflito, intempérie, praga e até o filho do Criador passou por aqui, mas aparentemente a mensagem não foi aceita...

Amar uns aos outros, dio mio! Love one another!

Em dezembro, comemoramos o aniversário de Cristo. Honramos seus ensinamentos? Para respostas positivas, tecle 1... Para a era digital, elimine as teclas, as telas, o próprio contato!

Eu é que não vou lastimar, nem me deixar derrotar.

Fiz meu Natal com tudo de lindo que soube e pude: só me concentrei em comemorar a Vida cercada de Amor e de Luz.

Vou seguir apreciando gente, bicho, planta, palavra, café, comida boa, arte e até robô. Convivendo com gente pacífica, colaborando com amigos e parceiros tudo o que de bom pudermos inventar, descobrir, explorar e multiplicar. Good vibes only!

No último dia do ano, vou novamente cozinhar, enfeitar, brindar e me acompanhar de quem estiver vibrando na mesma sintonia. AMOR e LUZ!

Não acho que um dia no calendário tenha lá o poder de transformar o caos em paraíso, mas ações diárias nos encaminham para um lugar melhor se mantivermos objetivos nobres.

A todo momento podemos nos movimentar e mudar. Seguindo o calendário do Sol ou observando o calendário lunar.

Um novo dia ou mesmo um novo instante é o que precisamos para explorar um novo rumo.

Termina o ano e amanhã é um novo dia.

Mas ainda é preciso motivo e coragem.

Amor, motivo e coragem: SEMPRE! Feliz Ano Novo, meus amigos!

Claudete Mello, textão de 29 de dezembro de 2020.