Início, meio e fim.

Eu nunca pensei que eu fosse escrever algo tão difícil. de novo. tão rápido. tempo é uma questão de ponto de vista, eu sei... mas pra mim, foi rápido demais, todos os meses entre ficar, estar juntos, brigar e...

Sempre acreditei no amor verdadeiro. Eu sempre fui a fanática última romântica da terra. escritora de bilhetinhos, post its grampeados no bombom, surpresas sem data específica... essa sou eu. na mais pura essência.

Quando tomei a decisão de me separar do Kevin, precisei reunir muita coragem. A nossa mente nos sabota, e isso é cruel. Nos dias após a tomada da decisão, dormi e sonhei com todos os bons momentos que vivemos juntos. Cada pérola que nasceu dos nossos momentos difíceis. Cada vez que crescemos em unidade. O encontro das nossas individualidades, virando uma só. A exposição da fragilidade que só duas pessoas que se amam de verdade, são capazes de demonstrar. Quando o amor venceu os nossos defeitos, angústias e aflições passadas. De repente, parecia bobagem querer terminar. Era tão confortável. Eu já não era tão nova, bonita, e com aquela pitadinha de sensualidade.

E é por isso que eu digo que a dor é cega. Esqueci das vezes que ele agiu, depois de pensar. Que permaneceu errando na mesma coisa em que eu insisti em dizer: “para, por favor! você tá me afastando”. Da irracionalidade. Da imaturidade por decisão. Do conforto de ser ele mesmo. Não há mal algum, em ser você mesmo. Mas, estagnar nessa ideia, é a pior das burrices.

Senti uma culpa enorme, de ser tão fraca. “Ninguém é perfeito”. “Todo mundo erra”. “Se não consegue perdoar, melhor nem casar mesmo”. Abri mão de alguém que só eu sei, o quanto eu amei. Mais que aos outros, acima dos problemas, mais que a mim.

Com certeza, foi a coisa mais ousada que eu já fiz na minha vida. Me priorizar. Quando tava doendo muito e eu só conseguia sentar na sala da Mirian, e chorar 50min, ela me deu uma caixinha de mensagens: “Cada escolha, uma renúncia”. Simples assim. Como se todos os anjos, arcanjos, entidades religiosas simplesmente tivessem me mandado um sinal físico.

Acho que nossas escolhas também nos trouxeram até as renúncias. Renunciamos muitas coisas pra ficarmos juntos, todo esse tempo, em silêncio. Cada um sabe, o esforço feito. Dessabor, e o prazer.

Tenho dentro do meu coração, gratidão eterna por termos tentado de novo. Vivi intensamente cada momento junto contigo. E agradeço, carinhosamente a parte, por ter se dado uma chance. Nos dado uma chance. Pela força e também pela vulnerabilidade.

Mas por hora, acho melhor, pararmos por aqui.

Vim de uma sucessão de inoportunas escolhas que não fizeram bem pro meu emocional. Eu sei, você vai pensar, mas e nós dois? Aquilo foi tão sincero. E de fato, foi mesmo! Foi.

Sabe quando você se machuca, de uma maneira brusca, e não consegue prestar atenção em mais nada, além da dor latejando e a vontade de gritar pra ver se ameniza? Pois é. Há muita coisa dentro da minha cabeça agora, que eu to tentando lidar, e ainda não achei espaço pra conseguir amar você em sua plenitude. Vivo mergulhada em uma eterna dualidade, se nos falamos, fico muito irritada. Relembro do porque estamos sem nos falar, das coisas passadas, das vezes que pedi pra que a gente não chegasse nesse ponto e que me anulei pra que a gente pudesse continuar namorando em paz. Em contraponto, se não nos falamos, dou espaço pro vazio. pro nada. o gosto agridoce da solidão. me dou o prazer de deixar a água parada demais, quieta ao ponto de tudo que era sólido, ir parar no fundo do copo.

Ontem, fiquei pensando numa coisa que durante a terapia, eu mesma me dei conta (sem que fosse necessária as palavras ricas da Amanda): há erros, que infelizmente, não compete mais a pessoa que errou.

Vai voltar no tempo? Jurar que não foi por mal, sem comprovação reconhecida em cartório? Tudo muito vago, porque o errante fica de mãos atadas. Infelizmente! E a saída é que a outra pessoa esteja disponível o suficiente para perdoar, e só.

E desculpe a franqueza, essa força de vontade, eu perdi em algum lugar que infelizmente não estou encontrando.

Eu sei, dói.

Dói muito.

Faz 10 dias que tá sangrando, doendo. Sem parar.

Faço questão de me torturar, lembrando de cada coisa, "Ah, fodas!", da conexão pelos beijos, das declarações, da nossa primeira vez e das muitas outras escondidas, do carinho do seu pai, do amor afobado da sua mãezinha, do seu cachorrinho, de você e cada pedacinho que eu fiz questão de gravar, por dentro, ou por fora.

Torço para amenizar, o quanto antes.

Espero que consigamos seguir, ainda juntos, de alguma forma.

Você segue, eternizado na minha pele por aqui. Seja feliz.

Mas, se cabe um pedido: apaga aquela porra de tweet.

L.

Rajkumari
Enviado por Rajkumari em 27/01/2021
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