Lápide.
Tenho vontade de escrever. Ao mesmo tempo, no entanto, não queria.
Temo agora.
Sinto que me perdi.
O fio tenso, elástico, com nós-de-porco, desatou, rompeu minha fronte.
Meu olhar é preto fosco e contempla, novamente, o chão concreto, árduo mestre, frio amigo.
Estou me repetindo...
E meu fiel companheiro, o blues, quer atonar mais uma vez.
Mas não quero.
Nem queria escrever, essas palavras são reflexas. Queria sublimar novamente, queria afogar novamente.
Não quero mais renascer, renuncio meu nome.
Algum apelido?
Enterro minha alma tola, errônea, fracassada:
‘Aqui jaz um imprestável, dedicou a vida ao sentir. Entregou-se sempre e sempre foi uma jornada doída. Não houve vez em que logrou êxito.’
Linda lápide.
E agora?
Sobra o homem, aquele sedento por corpos, por posições ginecológicas. Terei várias, não terei ninguém.
Serei vários invariáveis, Gessinger.
Várias amebas.
Não serei ninguém.