A SALVAÇÃO ?!

Debruçado sobre o Pentateuco, as Leis, os Profetas e os Evangelhos, assim como, as obras de História e Filosofia, fico à vontade para afirmar que Deus a todos tem sem acepções.

Entre nós, existem pais e mães que devido as suas limitações, imperfeições, afinidades, façam distinções entre os filhos. Entretanto, Deus não. Seu amor é infinito e incondicional desde a aurora da humanidade.

Foi assim os incas, astecas e maias. Para com os aborígenes, polinésios, orientais, inclusive com os egípcios, os babilônicos, os sumérios, os amoritas, os assírios, os caldeus, os acádios, os elamitas, ismaelitas, gregos, romanos... até os dias atuais e posteriores.

Alguns irmãos poderão dizer, mas o “Deus de Abraão, Isaque e Jacó”, para tais irmãos, primeiro direi que não é “Deus de Abraão, Isaque e Jacó”, pois àquele não é propriedade desses, mas o contrário.

E que não foi Deus que escolheu Abrão (posteriormente Abraão), mas este que imerso em uma cultura politeísta, no auge de seus pensamentos mais desvelados, sensatos, lúcidos, percebeu que um Deus maior e mais poderoso que tudo, a causa primária de todas as coisas, não poderia ser feita da mesma matéria como a madeira ou mesmo o barro e ter as mesmas necessidades que os humanos.

Neste momento, eleva seu pensamento acima, através da sua inteligência espiritual, do seu livre-arbítrio, Abrão consegue ter os “olhos de ver e ouvidos de ouvir”. Ele se apresentava de espírito aberto para a verdade. “Pois àquele que tem, lhe será dado e lhe será dado em abundância, mas ao que não tem, mesmo o que tem lhe será tirado.” Jesus (Mateus 13:12)

Retomando ao culto politeísta, deve-se dizer que tratava-se de uma fase necessária, normal e primitiva, não no sentido pejorativo da palavra, mas sinônima de primeira, segundo os historiadores.

Alguns dos seus adeptos, ainda que de forma embrionária, já tinham uma noção da possibilidade de um Deus único em verdade, mas que ainda desconhecido.

Tanto que na Grécia antiga, caminhando pelas ruas de Atenas, Paulo percebera o quanto religiosos eram os atenienses, seus monumentos sagrados, inclusive, um deles com a inscrição: “Ao Deus desconhecido”.

Diante dos atenienses, afirmou ele: “[...] o que adorais sem conhecer, isto venho eu anunciar-vos. O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, o Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos humanas. Também não é servido por mãos humanas, como se precisasse de alguma coisa, ele a todos dá vida, respiração e tudo o mais.” (Atos dos Apóstolos 17:23 a 25.)

Portanto, deixemos de autoproclamarmos os escolhidos exclusivamente por Deus, não sejamos arrogantes, prepotentes e vaidosos. Equivocados em acreditar na comercialização da salvação através da compra de indulgências ou orações gritantes “Senhor! Senhor! Senhor!”.

Tenhamos a certeza de que a tua, a minha, a nossa “salvação” poderá iniciar-se agora com a reforma íntima, não julgando, não segregando, não intolerando...