Janela para todo e nenhum lugar

Em meio ao frio noturno, uma alma como tantas outras, se encontra parado em frente a uma janela para todo e nenhum lugar. Se perdendo no divagar de que apesar de quebrado e sangrando, poderia por um momento tocar a alma da estrela que acabou por se esconder em meio ao silêncio na multidão. Alguém que mesmo nunca desistimos, gostaria de ter podido mostrar para quem guardou o coração em uma caixa que jamais fugiria ao alcançar sua dor, mas que agora se ver vagando como notas em uma página. Alguém que se tornou um fantasma por tentar ser aproximar, por tentar ser suficiente, que mesmo sabendo que em algum momento aquela por quem não se importou de se machucar ira se perguntar quem era aquele que a enxergava. Andarilho entre palavras, que mesmo que não consiga fechar os olhos, por não deixar de ver a estrela sob a máscara oculta no silêncio que tentou alcançar, agora deve volta caminhar na companhia de ninguém.