A casa da Vó e do Vô

E no dia que eu aprender a escrever, faço um texto que será escrito a partir da primeira casa dos meus avós. O 'pé' de jaca em frente à casa de taipa parece a marcação do tempo que vive no imaginário. No florescer das arvores a festa das abelhas e no calor da manhã os frutos da jaqueira sofriam com os petelecos, respondendo se estava madura e se era hora de “partir” ao meio e ao trabalho. Se encontrou duas frutas: uma era do patrão e a outra da meninada que faziam da farinha o acompanhamento e a gourmetização da simplicidade. Redes desarmadas, café pronto na caçarola, que você que está lendo jamais fará, tinha gosto de realidade que ficou até agora perfumando a minha lembrança. E o cajueiro ali ao lado? na sua frondosa folhagem, crianças brincando de carrinhos feitos de lata ou caixa, brincar rimava com criar. Do outro lado uma imagem da vó banhando uma criança despida ou com uma espiga de milho verde, ela gostava de comer qualquer coisa comestível...kk. Alguns passos em um caminho estreito, não é aquele da vida que imita a guerra, esse é a vereda limpinha que parecia desenhada a mão, que engano, dessa vez a arte de caminhar esculpiu no solo com os pés. Alguns passo a mais se chegava a uma cacimba na encosta de uma ribanceira ao lado de um rio de nome lombada. De onde veio aquela água azul e corrente? Talvez do meu querer querer querer... um gole de pureza que resfria o coração. Este é o sentido vivido pelos portais do imaginário, acessando o que eu não sei se vivi e voltando para quando meu avô dizia um pouco embriagado “a minha lanterna acerta a lua”... Quase tudo que falei já existiu no plano material, agora existe comigo...

Jarbas Moraes
Enviado por Jarbas Moraes em 07/03/2021
Reeditado em 14/09/2023
Código do texto: T7201090
Classificação de conteúdo: seguro