Arvore e vida

Um belo dia fui contemplado a desvendar os mistérios de uma arvore muito frutífera, mas que há muito tempo seus frutos caiam sem amadorecer, aos poucos fui tentando entender o que ocorrera com aquela linda planta sem atrapalhar seu dia-a-dia. Ela não é do nordeste, entretanto a falta de chuva na sua alma quase a matou várias vezes, mas a vida corre solta nas entranhas que lhe fornece ar e água sem deixar suas forças irem embora por total.

Surgi como um pingo de reflexo das nuvens semeando aquela criatura sem pedir nada em troca, foram vários entrelances de palavras e num determinado momento tentei retirar um pouco do vento do local para que o calor penetrasse seus galhos e ela percebesse a vida que sempre esteve dentro dela. Foi muito bom, sobretudo descasquei demais a casca que se soltara do seu caule e como há tempos esta arvore não sentia o calor por baixo da casca, ficou ressentida com o momento.

Só que a natureza é sábia, expôs uma reação involuntária que no intimo foi realmente uma dose de delírio das nuvens enchendo todo reservatório de esperança na doce videira orquestrada pelo sentimento desocupado, pois ficou a dormir muito sem sobressair os devaneios da serenidade. Não sei se o fruto é doce, no entanto provar o amido que adoça momentos e sentimentos em solenidades da essência faz de mim o cultivador das emoções nobres e vasculhadas pela vida.

ZUKER
Enviado por ZUKER em 03/11/2007
Reeditado em 04/11/2007
Código do texto: T721599
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