Vestiu-se de coragem e seguiu
Fez as malas e saiu
Não subitamente, mas partiu.
Aos poucos se despedia, mas ninguém viu.
Até o dia em que ela não mais voltou.
Tantas dores em seu peito
Ser pequeno e imperfeito
Meio perdido e sem jeito
Bateu asas e voou.
Ela se despedia
Diariamente o fazia
Sozinha nas noites frias
Estranha decisão tomou
Foi viver uma vida só
Na garganta, aquele nó
Faltavam pessoas ao redor
O entorno que ninguém nunca cercou
Por ter uma vida apenas
Foi buscar a forma plena
Vida simples, mas serena
Confrontando sua dor
Refez suas prioridades
Hoje se faz inteira e não "cara metade"
Não acata inverdades
Nada menos que o autoamor.