Quarto escuro
Quarto escuro
Escuro como o negro espaço
Onde surgiu a primeira estrela
De noite ela brilha fria e sem cor
De dia, pura energia e amor
Resolveu bater na porta
Se adentrou sem vista grossa
Pediu licença para entrar?
Isso não importa
Perdoe seus pais
São crianças também
Estiveste por algum tempo, todos unidos feito terra no chão
Preso e amarrado a eles feito asfalto recém colocado
Grudado, unido aos que ainda dormem
De repente sente o impacto da alma
Que nela pode respirar sem o véu
Isso foi em um passado bem distante
Tocou os que já entendia, protegia
Pode sair de casa
Ver o sol que ainda brilha
Fez dormir quem nunca acordou
Com calma, sem pressa
O tempo passou
Ninguém notou
Todos os jovens da minha época
Estão dormindo, sempre sonhou
Passo por eles sem medo, com encanto
Deserto quente, de vez enquando venta
Usando raios dele ao amanhecer, espreguiça-te
Usa a energia para mais um dia
Feito um bebê que chora por dentro, sem sentir
Águas salgadas, feito mar.
As vezes doce, que dá para beber
E quando chove, pura alegria
Assim faz nascer plantas
Faz sorrir toda a terra
Ele chora, chora, chora
Sem saber, sem mentir
Quando nasci, percebo
Um rascunho, um processo
Olhos puros, inocentes
Percebe tudo
Tudo aprende