Quarto escuro

Quarto escuro

Escuro como o negro espaço

Onde surgiu a primeira estrela

De noite ela brilha fria e sem cor

De dia, pura energia e amor

Resolveu bater na porta

Se adentrou sem vista grossa

Pediu licença para entrar?

Isso não importa

Perdoe seus pais

São crianças também

Estiveste por algum tempo, todos unidos feito terra no chão

Preso e amarrado a eles feito asfalto recém colocado

Grudado, unido aos que ainda dormem

De repente sente o impacto da alma

Que nela pode respirar sem o véu

Isso foi em um passado bem distante

Tocou os que já entendia, protegia

Pode sair de casa

Ver o sol que ainda brilha

Fez dormir quem nunca acordou

Com calma, sem pressa

O tempo passou

Ninguém notou

Todos os jovens da minha época

Estão dormindo, sempre sonhou

Passo por eles sem medo, com encanto

Deserto quente, de vez enquando venta

Usando raios dele ao amanhecer, espreguiça-te

Usa a energia para mais um dia

Feito um bebê que chora por dentro, sem sentir

Águas salgadas, feito mar.

As vezes doce, que dá para beber

E quando chove, pura alegria

Assim faz nascer plantas

Faz sorrir toda a terra

Ele chora, chora, chora

Sem saber, sem mentir

Quando nasci, percebo

Um rascunho, um processo

Olhos puros, inocentes

Percebe tudo

Tudo aprende

Manuela Luccena
Enviado por Manuela Luccena em 01/04/2021
Código do texto: T7221437
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