ÍNDIO

E quando por inocência

Perdido na mata

E com cada passo na terra

Com firmeza, eu me encontro

De toda a planta já nascida

Se eu não me sentisse dono

Quando por ingenuidade

Observo a aparência

Eu me engano

Se eu fosse esperto

Me precavesse

Teria longe de mim

Essas mãos

Que me tocaram

Teria de volta o ouro

Que me retiraram

Rios separam moradas

Moradas quando une

Compartilha de toda a tristeza

E bebo água desse rio

Para matar a minha sede

Se eu fosse menos curioso

Menos ansioso

Se eu quisesse ficar em casa

Mais atento

Viver o suficiente

Apreciar o momento

Das obrigações e atividades

Que todos fazem

Se retirasse de mim essa vontade

De ter o mundo em minhas mãos

De explorar cada região

Enfiando uma bandeira com as minhas mãos

Eu penso em plantar uma árvore no chão.

Chão de terra batida

Que o índio adora correr.

Hoje a terra com essa maldição

Que arde e sangra sem perceber

Que tem cacos espalhados chora

Feito chuva, sem sentir

E ele cada vez mais forte

Largo e grande, duro e forte

O Ego cresce mais um pouquinho

Devagarinho,

Sem ninguém ver.

E hoje percebi

Que vivo

Por você

Pura sorte.

Manuela Luccena
Enviado por Manuela Luccena em 03/04/2021
Código do texto: T7222694
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