Quando percebi que não deveria ter ido
Onde o moralismo se esconde na moralidade
É possível ver a nítida hipocrisia
Comportamentos escondidos na dualidade
De uma vida cheia de experiências vazias
Eu saí daquele galpão...
Sensação de que não deveria ter entrado ali
Passos ligeiros e em solidão
Aquela mesma que sinto aqui
Melhor a solidão dos meus pensamentos
E nele mesmo, converso com Deus
Percebo mais nitidamente meus sentimentos
Enfrento medos e demônios meus
Eu olhava aquela cena que não mais me comovia
Me assustei com minha crítica lucidez
Um teatro sem cortinas, era o que parecia
Não tive arrepios, desta vez.
Voltei pra casa, me ajoelhei
Falei com Deus em outro lugar
Fiz da casa simples um palácio pro Rei
Nada de especial pra ser seu altar.
Ousado como sempre, me invadiu
Dentro de mim quis ficar
Mistura de sentimentos visíveis em arrepios
Intenso...não sei explicar
Ele me confrontou mais uma vez...
...
Não consigo expressar...
Só sei que a moralidade foi maior que o moralismo
Ele me convidou a refletir
Me mostrou tamanho egoísmo
Toda a sujeira dentro de mim
Eu senti vergonha e certa agonia
Realidade que custei a enxergar
Movida antes por intensa rebeldia
Fiquei prostrada sob seu olhar
Ele não me dizia nada
Apenas me preenchia
Continuei envergonhada
Mas seu amor me reerguia.
Levantei, agradeci
Por uns instantes, fiquei calada
Uma paz enorme dentro de mim
Sensação de alma lavada
Agora preciso seguir
Praticar sem impor nada
Ser cristão é interagir
Praticar sem declarar a Palavra.