Quando percebi que não deveria ter ido

Onde o moralismo se esconde na moralidade

É possível ver a nítida hipocrisia

Comportamentos escondidos na dualidade

De uma vida cheia de experiências vazias

Eu saí daquele galpão...

Sensação de que não deveria ter entrado ali

Passos ligeiros e em solidão

Aquela mesma que sinto aqui

Melhor a solidão dos meus pensamentos

E nele mesmo, converso com Deus

Percebo mais nitidamente meus sentimentos

Enfrento medos e demônios meus

Eu olhava aquela cena que não mais me comovia

Me assustei com minha crítica lucidez

Um teatro sem cortinas, era o que parecia

Não tive arrepios, desta vez.

Voltei pra casa, me ajoelhei

Falei com Deus em outro lugar

Fiz da casa simples um palácio pro Rei

Nada de especial pra ser seu altar.

Ousado como sempre, me invadiu

Dentro de mim quis ficar

Mistura de sentimentos visíveis em arrepios

Intenso...não sei explicar

Ele me confrontou mais uma vez...

...

Não consigo expressar...

Só sei que a moralidade foi maior que o moralismo

Ele me convidou a refletir

Me mostrou tamanho egoísmo

Toda a sujeira dentro de mim

Eu senti vergonha e certa agonia

Realidade que custei a enxergar

Movida antes por intensa rebeldia

Fiquei prostrada sob seu olhar

Ele não me dizia nada

Apenas me preenchia

Continuei envergonhada

Mas seu amor me reerguia.

Levantei, agradeci

Por uns instantes, fiquei calada

Uma paz enorme dentro de mim

Sensação de alma lavada

Agora preciso seguir

Praticar sem impor nada

Ser cristão é interagir

Praticar sem declarar a Palavra.

Grayce Lorenna
Enviado por Grayce Lorenna em 04/04/2021
Código do texto: T7224045
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