Será que quem fala está realmente presente naquele discurso?

Há uma pressão da sociedade para que nos tornemos mais falantes para que mostremos "a que viemos" a essa mesma sociedade. Ser falante, supõe-se, seria uma vantagem no mundo, mais específico, no mundo dos negócios ou ambiente de trabalho, mesmo que você não diga nada novo e apenas repita o que sua chefia lhe disse - ou mandou dizer - apenas com com outras palavras. Mas falar, para muitos, qualquer coisa, é marcar assomo, é uma tentativa de garantir-se indispensável. E ser pacato, de pouquíssimas palavras, é visto como um tipo de deficiência que está ali, não conseguimos enxerga-la. Existe até um certo preconceito contra os quietos. Como se lhe faltasse algo, as palavras. Mas será que as palavras estão ali, nessa palração descomedida dos que se deitam a falar demais? Ou melhor, será que quem fala está realmente presente naquele discurso? Muitas vezes se diz bem melhor falando menos, mas concisamente, do que falando demasiadas palavras e vazias. Nas palavras ocas não existe nada.

Shri Shankara
Enviado por Shri Shankara em 18/04/2021
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