a flor do lácio é nossa, mas náo é privada de incautos

1º de tudo:

"...minha pátria é minha língua... flor do Lácio, Lusamérica Latim em pó..."

2º de tudo:

após esse post vou ali acender uma vela branca em intensão à minha professora de literatura e língua portuguesa, Vera... só lembro o nome, o sobrenome se perdeu no tempo, mas a imagem persiste... naquele antigo colégio de freiras... a vela será intenta sim, e com destino sim!

A gente tem que agradecer de joelhos cada ser que abriu mão da vida para ser professor e educador, de verdade. Pra fake não acendo vela não. Nem de ponta cabeça na encruza.

Nunca disse que sou santa. Se não perguntaram, "sponte propria" não contei... eu era daquelas do meme: bela (bela demais e não tinha a menor ideia a respeito), modesta sempre, SQN, desbochada e do bar, depois fiquei velha, chata, li e leio demais, fiquei seletiva, sei lá,

dizem que amadureci...pode ser, mas amo Peter Pan, o personagem que deu nome ao meu filho... sacaram? PPzim!

3º de tudo:

Os "expoentes" dos "Carnavais, malandros e heróis", tão bem explicados pelo Roberto da Matta em seu livro, tem feito da pátria um objeto de fatrias*.

Da flor do Lácio, então nem se diga... não é para qualquer um, quiçá para um qualquer...

Matam-na todos os dias, especialmente quando matam-na junto com os bons modos, que em alguns, talvez, nunca tenham existido... em meio à audiência ouço ao fundo um jogo de futebol, peço para desligar, o "humano" desliga a tv e na volta "dá descarga" com microfone ligado, claro, ficou gravado...

Se eu fizer uma enquete sobre as gafes em audiências em um ano de "home office", o item "pessoas se reproduzindo" não ganhará do item "descargas", por não constar da enquete, pois ainda, nas minhas audiências, não aconteceu, mas a gente tem fé...

"Está provado que só é possível filosofar em alemão"...

"çei..." não; com humor ácido/sarcástico, pensamento ávido, e um pouco de apreço dá para fazer latim não virar pó..

4º de tudo: vou ouvir mais Caetano, Chico Buaque, Paulo César Pinheiro, Chico César e dessa gente que gosta de poetar com a língua.

Vou estudar de novo a Flor do Lácio por meio de canções como as ditas e outras correlatas, porque isso me fez bem aos 15/16, certamente me fará bem de novo aos 5.0.

5º Me aguentem ou me ignorem, tanto faz, o que havia a ser dito, foi mais quem bem dito.

Com a voz, o "bene-dito".

" Língua - Caetano Veloso

Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões

Gosto de ser e de estar

E quero me dedicar a criar confusões de prosódias

E uma profusão de paródias

Que encurtem dores

E furtem cores como camaleões

Gosto do Pessoa na pessoa

Da rosa no Rosa

E sei que a poesia está para a prosa

Assim como o amor está para a amizade

E quem há de negar que esta lhe é superior?

E deixe os Portugais morrerem à míngua

Minha pátria é minha língua

Fala Mangueira! Fala!

Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó

O que quer

O que pode esta língua?

Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas

E o falso inglês relax dos surfistas

Sejamos imperialistas! Cadê? Sejamos imperialistas!

Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmem Miranda

E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate

E (xeque-mate) explique-nos Luanda

Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo

Sejamos o lobo do lobo do homem

Lobo do lobo do lobo do homem

Adoro nomes

Nomes em ã

De coisas como rã e ímã

Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã

Nomes de nomes

Como Scarlet, Moon, de Chevalier, Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé

E Maria da Fé..."

Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó

O que quer

O que pode esta língua?

Se você tem uma idéia incrível é melhor fazer uma canção

Está provado que só é possível filosofar em alemão

Blitz quer dizer corisco

Hollywood quer dizer Azevedo

E o Recôncavo, e o Recôncavo, e o Recôncavo meu medo

A língua é minha pátria

E eu não tenho pátria, tenho mátria

E quero frátria

Poesia concreta, prosa caótica

Ótica futura

Samba-rap, chic-left com banana

(Será que ele está no Pão de Açúcar?

Tá craude brô

Você e tu

Lhe amo

Qué queu te faço, nego?

Bote ligeiro!

Ma'de brinquinho, Ricardo!? Teu tio vai ficar desesperado!

Ó Tavinho, põe camisola pra dentro, assim mais pareces um espantalho!

I like to spend some time in Mozambique

Arigatô, arigatô!)

Nós canto-falamos como quem inveja negros

Que sofrem horrores no Gueto do Harlem

Livros, discos, vídeos à mancheia

E deixa que digam, que pensem, que falem"

Falem muito, digam nada, pouco importa...

Sampa, 30/04/21

Nesse frio de outono que amo!

Fernanda Hanna
Enviado por Fernanda Hanna em 30/04/2021
Reeditado em 30/04/2021
Código do texto: T7244658
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