Rainha de copas!

Eu abri meu castelo.

Deixei todos entrarem.

Dei bailes e banquetes, tudo para agradar, tudo para ser amada.

Dei lugares especiais na corte, os coloquei na realeza, fiz seus nomes serem importantes para que todos em meu reino lembrassem.

Eu decorei o salão de festas com flores de cima a baixo, escolhi os melhores tecidos, as melhores músicas e os deixei dançar a noite inteira.

Fiz de tudo para que fossem felizes, fiz de tudo para que fosse agradável. Dei tudo de mim.

No fim de todo banquete havia uma bagunça imensa; pessoas porcas, desajeitadas, sem classe ou etiqueta. Nada gentis, totalmente rudes.

No fim de cada baile, uma destruição sem limites; pessoas reclamando, me xingando e me odiando, nenhum respeito e nenhuma gratidão, apenas o ódio.

Eu fechei as portas do meu castelo. Destruído. Em ruínas. Desolado. Quebrado em milhares de estilhaços.

Eu aumentei a altura dos muros. Eu adicionei mais muros. Os cobri com rosas e espinhos. Eu adicionei milhares de guardas.

Tirei seus nomes da realeza, assim como os privilégios, fiz com que o povo os esquecessem, e os mantive o mais longe possível do meu castelo.

Agora, amarga como comida queimada, digo e repito:

"Cortem as cabeças!"

Chari
Enviado por Chari em 10/05/2021
Código do texto: T7252609
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