Rainha de copas!
Eu abri meu castelo.
Deixei todos entrarem.
Dei bailes e banquetes, tudo para agradar, tudo para ser amada.
Dei lugares especiais na corte, os coloquei na realeza, fiz seus nomes serem importantes para que todos em meu reino lembrassem.
Eu decorei o salão de festas com flores de cima a baixo, escolhi os melhores tecidos, as melhores músicas e os deixei dançar a noite inteira.
Fiz de tudo para que fossem felizes, fiz de tudo para que fosse agradável. Dei tudo de mim.
No fim de todo banquete havia uma bagunça imensa; pessoas porcas, desajeitadas, sem classe ou etiqueta. Nada gentis, totalmente rudes.
No fim de cada baile, uma destruição sem limites; pessoas reclamando, me xingando e me odiando, nenhum respeito e nenhuma gratidão, apenas o ódio.
Eu fechei as portas do meu castelo. Destruído. Em ruínas. Desolado. Quebrado em milhares de estilhaços.
Eu aumentei a altura dos muros. Eu adicionei mais muros. Os cobri com rosas e espinhos. Eu adicionei milhares de guardas.
Tirei seus nomes da realeza, assim como os privilégios, fiz com que o povo os esquecessem, e os mantive o mais longe possível do meu castelo.
Agora, amarga como comida queimada, digo e repito:
"Cortem as cabeças!"