Perdoar
Diante de dúvidas e decisões, ou entre o ir ou ficar, avalio minha capacidade de me auto perdoar, e perdoar o outro.
O auto perdão envolve o desafio de separar o erro, ou as razões dele, do que sou, essencialmente. Ao enfrentar medos e julgamentos, tento lembrar das vezes que acertei.
Perdoar o outro também é me poupar, e me livrar da angústia de reviver mágoas.
Ser capaz de perdoar palavras ditas – ou a falta delas – nos momentos de tempestade, é uma força essencial para conseguir retomar, livre de ressentimentos e mágoas, meu caminho de crescimento pessoal e paz.
Mas não posso provocar o perdão. Sua essência é espontânea, e já nasce íntimo e conciliador.
Pensar em um futuro em que lembranças estarão livres de qualquer rancor ou arrependimento, e possam ser guardadas com a mesma resignação usada com o que foi aprendido, é meu teste de sobrevivência. Dele não posso fugir ou me resguardar.
É assim que vivo este momento de reflexão solitária, sendo testemunha de um mundo que muda a cada segundo, e transforma o que foi feito, no que ainda resta a fazer.