Somos parecidos

Você é aquilo que não quer demonstrar

É um sonho que eu não ousei sonhar

Você é igual ao que sou, sente e não quer falar

Você é o açougueiro que aos domingos corta

a carne, descama o peixe, você é o homem do algodão

doce que passa gritando, e sorri ao ver a criançada

correndo atrás do seu carrinho

Ele enrola enrola no palito o algodão açucarado

e colorido, olha nos olhos de cada um,

reencontra o menino que um dia foi, mas ficou no canto

da estrada solitário, esquecido.

Você é aquilo que nunca quis ser, você se parece

muito comigo, e eu me pareço com você.

Almeida Clementino
Enviado por Almeida Clementino em 08/06/2021
Código do texto: T7274507
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