Bolsonaro: um presidente que desafia o bom senso

Chegamos a uma situação lastimável. O Brasil chegou a quase meio milhão de mortes pelo Covid-19 e, mesmo assim, o ilustre Jair Messias Bolsonaro desafia o bom senso e não demonstra nenhuma sensibilidade, promovendo motociatas e defendendo que pessoas que já tomaram as duas doses da vacina ou que tiveram o coronavírus não deveriam ser obrigadas a usar máscara. A atitude do presidente não chega a ser surpreendente. Desde que assumiu o cargo, ele mostrou não servir para ser presidente de uma nação e não se importar com o bem-estar do povo brasileiro.

Aliás, quando ainda era deputado, ele já tinha mostrado quem era. Tinha mostrado que era um homem espalhafatoso, medíocre e desprovido de bom senso mas cheio de ideias ridículas. Infelizmente, seu discurso retrógrado iludiu boa parte do eleitorado. Assim como Hitler usou os judeus como bodes expiatórios para ganhar a confiança dos alemães, Bolsonaro usou o discurso de que o PT tinha desmoralizado o Brasil, o que fez muitos se encantarem com suas palavras ultraconservadoras. E muitos passaram a louvá-lo como mito, como uma figura messiânica que iria moralizar o Brasil por ser alguém que defendia a Pátria, a família e a religião.

Não foram poucos os que tentaram alertar, mostrando que ele era, no mínimo, incapaz de um cargo tão importante quanto o de Presidente. Mostrou-se que ele era um defensor da tortura, inflexível e radical. E não faltam provas que confirmem tal afirmação. Quem tentou alertar cansou de mostrar vídeos e artigos nos quais Jair Bolsonaro se sobressaía por causa de sua postura reacionária e de suas palavras grosseiras e ofensivas contra jornalistas, adversários políticos e tantas outras pessoas chegou a ser atacado.

Porém, quem se encantou com a postura radical de Bolsonaro viu nele um salvador da Pátria, alguém que iria moralizar o Brasil e limpar a sujeira que se dizia ter sido deixada pelo PT. Alguns até diziam que ele podia ser um pouco exagerado, mas era um homem honesto, um senhor patriota e que defendia os valores tradicionais da família e da religião.

E muitos dos que se encantaram com Bolsonaro mostraram ser bastante radicais, atacando quem se opunha a ele com xingamentos dos piores tipos. Quem dizia ser contra Bolsonaro foi xingado de comunista vagabundo, esquerdista desocupado e até ameaçado de morte. Não faltou quem dissesse que Bolsonaro estava certo em fazer apologia da tortura (quem esqueceu seu famoso discurso enaltecendo o torturador Ustra?) E foi inútil falar da horrível época da ditadura do Brasil para as pessoas iludidas por Bolsonaro, pois vários apoiadores de Bolsonaro chegaram a dizer que foi a melhor época de nossa História.

Hoje, estamos sofrendo as consequências de se ter botado no poder um homem como Bolsonaro que, ao se ver enfrentando a pandemia, não ligou para os perigos, dizendo que o vírus não passava de uma gripezinha, desrespeitou normas de segurança andando sem máscara, ofendeu jornalistas ao ser questionado sobre o que estaria fazendo para combater a pandemia e se portou com insensibilidade ao ser questionado sobre o imenso número de pessoas infectadas e o elevado índice de óbitos e que até hoje defende o uso da cloroquina, mesmo quando todos os estudos científicos apontam para a ineficácia de tal remédio.

O que é realmente lamentável é que, ainda hoje, há quem defenda Bolsonaro, dizendo que ele pode ser uma pessoa grosseira e mal-educada, mas que pelo menos é honesto, patriota e defensor da família. Lembremos que Hitler, Stálin e Mussolini também eram patriotas.