Eu acredito no amor

Eu acredito em verdadeiro amor.

Não sei se em destino, encontro, acaso, ou seja lá o que vá unir duas pessoas para se amarem até morrer, mas acredito que há uma força que agirá para isso.

O verdadeiro amor nunca acaba. Ele apenas espera.

Aconteceu hoje. Eu estou com uma garrafa de vinho, experimentando uma nova safra e pensei em você. Eu tenho evitado pensar em você. Eu sei que é em vão, mas ainda dói muito.

Não sei se te contei que eu fui em um bar com a minha melhor amiga semana passada – óbvio que não contei porque apaguei o seu número, mas tenho gravado em minha mente e se eu vacilar, meus dedos ágeis discarão seu número no meu celular (mas confesso que tenho medo de cair na caixa postal). Todavia, voltando ao que ia contar (você achava graça por eu sempre divagar ao conversar sobre qualquer coisa), a minha amiga, aquela que você dizia que eu deveria sempre ter por perto por me fazer bem, me levou a um bar para me animar. Imagine como eu fiquei (você sabe que eu odeio lugares cheios). Mas fui. O ambiente era legal e a música boa. Imaginei como seria se você estivesse comigo, lá: as piadas que faria ao me ver provar cerveja artesanal; você dançando no meio da pista sem se importar com nada e nem ninguém e tentando me fazer te acompanhar; sua risada alta após umas canecas de cerveja e o seu inebriante olhar sobre mim. Sairíamos de madrugada e perambularíamos pela cidade, aproveitando o silêncio. Não se preocupe, eu logo parei de imaginar toda essa cena e me concentrei em me distrair.

Até que me senti bem feliz nesse lugar, mas aí na mesa ao lado chegou um grupo de amigos e tinha um escritor nela. Ele começou a falar sobre o amor. Aí eu voltei a me lembrar de você. Porque a minha concepção de amor sempre foi única. Estúpida. Algo a ver com o seu cheiro. O seu toque. O seu sorriso. E com os seus olhos nos meus. Uma particularidade sua e de ninguém mais.

Minha vontade era me sentar ao lado dele e dizer que eu sabia o que era amor. Eu sei muito. Eu sei tudo. Eu sei. Eu sei. Eu sei.

Eu sei que o verdadeiro amor não acaba nunca. Apesar de tudo, ele é real e pulsa.

Ele apenas espera.

Pacientemente até que seus escolhidos estejam prontos.

O amor que guardo no meu coração espera com uma fúria silenciada o dia que te verei de novo e te direi que ele e eu fomos, somos e sempre seremos seu.

Não importa a distância.

Independentemente do tempo.

Apesar dos nossos erros.

Se houveram outros alguéns.

Sempre seremos você e eu.

Seremos o futuro que almejamos juntos.

Eu sei que eu te verei um dia.

Contudo, me contive e não fui a mesa daquele escritor tão jovem e cheio de ideias. Não expus que a mais bonita forma do amor tem o seu DNA. Eu achei por bem te deixar como uma lembrança bonita só para mim e não te transformar na heroína perfeita dos seus livros favoritos.

Assim, aqui estou eu, terminando a garrafa de vinho e sorrindo por lembrar de todos os bons momentos que vivemos juntos. O céu da minha janela está bonito hoje. É dia de lua cheia e ela está belíssima, brilhante, transparente. As estrelas compõem esse retrato perfeito da natureza, que parece ter sido desenhado para você. Eu sinto o roçar do vento na minha pele, me tocando, me acalentando. O mundo parece um lugar sereno como a vista que eu imagino que você esteja tendo do parapeito do seu lugar novo. (Parece bobo pensar que, talvez, você esteja olhando o mesmo céu que eu, agora).

Eu sei.

Eu sei que o dia vai clarear lá fora, independente das janelas que eu vejo fechadas daqui.

Eu sei que um dia vou te encontrar.

Eu sei.

Belinda Oliver
Enviado por Belinda Oliver em 06/07/2021
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