Pandemia

A pandemia sem fim se tornou um lugar.

O lugar onde o tempo nos parou sem data para acabar.

A gente amanhece, o dia anoitece e permanecemos no mesmo lugar: Pandemia.

Cabelos clareiam, peles enrugam no mesmo tempo: Pandemia.

Tal qual um labirinto de espelhos, com entrada forçada e saída desconhecida: Pandemia.

Esta instituição que nos legitimou como efetivamente seus, sem arbítrio, fomos, somos, seremos os eternos seres da Pandemia:

filhos, mortos, sobrevivos, transeuntes de um caminho que parece não ter fim, com começo e sem volta, que nos marcará e definirá para todo o sempre, certos de que jamais tornaremos a ser os mesmos.

Pandemia, 11 de julho de 2021.

Fernanda Hanna
Enviado por Fernanda Hanna em 11/07/2021
Código do texto: T7297317
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