Ser sem ter você

“(... )É, 'tô tentando achar o rumo por aqui

Vou reaprendendo ser sem ter você

Descobrindo em mim o que você deixou (...) “

(Fábio de Melo)

Toca insistentemente.

Escuto pela milésima vez com a dor e o encantamento de quem se sente traduzido, de quem encontrou no dito de alguém algo que gostaria de ter dito ou escrito.

Às vezes ainda choro o choro dos sensíveis, do que possuem olhos d’água.

Sinto como se tivesse que parir a mim mesma.

A musculatura se contrai.

O movimento é de ser colocada para fora.

E dói.

Dói como dói nascer.

Dói como dói crescer.

Dói como dói.

Dói a dor de desver o mundo.

Para rever com um jeito outro.

Perante a invisibilidade dos que já não estão.

Mariany Mendes
Enviado por Mariany Mendes em 11/08/2021
Reeditado em 11/08/2021
Código do texto: T7318460
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.