Um Sopro de Agosto

Estou num estado de deserção.

Todas as inspirações fugiram

As fontes que restavam, frias, secaram.

Estou só.

Caminho e respiro

Olho ligeiramente para os lados

Tapo a boca: não quero gritar de medo.

Mas preciso ir adiante.

Quem me acompanharia numa modesta tarde de inverno?

Meu pensamento, talvez. Ou nem isso.

Sou o que está nu, vida não tenho, até as palavras querem me deixar.

Mas, se num instante morro, no outro que segue, me liberto.

É só um sopro de Agosto.

Silvano Gregorio
Enviado por Silvano Gregorio em 12/08/2021
Código do texto: T7319609
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