Um Sopro de Agosto
Estou num estado de deserção.
Todas as inspirações fugiram
As fontes que restavam, frias, secaram.
Estou só.
Caminho e respiro
Olho ligeiramente para os lados
Tapo a boca: não quero gritar de medo.
Mas preciso ir adiante.
Quem me acompanharia numa modesta tarde de inverno?
Meu pensamento, talvez. Ou nem isso.
Sou o que está nu, vida não tenho, até as palavras querem me deixar.
Mas, se num instante morro, no outro que segue, me liberto.
É só um sopro de Agosto.