Diário
Eu odeio o fato de ter fases tão díspares.
Eu tenho momentos intensos de euforia e obsessão.
A minha mente não consegue ficar estagnada, eu não reduzo a velocidade nem por um minuto
O mundo lá fora parece lento e a minha cabeça parece que corre a mil.
Eu vou levando esse estado até as últimas consequências.
Eu empurro o meu corpo e emocional até chegar ao cúmulo da exaustão.
E aí quando chego nesse ponto eu despenco.
Mas começo a dar sinais.
Começo a não dormir com facilidade.
As coisas começam a se perder.
Eu começo a ter dificuldade de me concentrar
Desorganizo tudo, até que começo a ter comportamentos estranhos com algumas pessoas.
É quando os comportamentos autodestrutivos começam.
Eu começo a inflamar minhas relações, seja vendo culpa e problemas onde não tem.
Seja criando discussões ou momentos desnecessários.
Nessa parte eu percebo que estou caindo
E acho que de alguma forma faço isso pra que notem
- Oi! Preciso de ajuda! Eu não estou conseguindo!
Mas eu não consigo dizer isso e esse comportamento só afasta as pessoas.
Eu me recuo, e recuo
Começo a querer ficar isolado
O peito começa a doer e eu passo a me esconder e evitar contato.
O final é quando a comida fica sem gosto, o dia fica cinza, e eu não consigo me mexer nem praquilo que não posso faltar.
Eu então vivo o sentimento que me esmurra na cama alguns dias.
Depois acordo um dia tranquilo
Um raro e ameno dia tranquilo.
São alguns pouquíssimos, dias de paz, de coisas serenas.
Até algo estimular meu interesse ao máximo e eu não conseguir parar de pensar com aquilo.
A euforia volta e eu volto a repetir o ciclo