Véspera... (escrito em 03/11/2018)

Não sei se existe pré-day, mas caso não exista, essa não será a primeira, nem a última vez que invento algo nessa viagem.

Apesar de ter planejado essa viagem com cuidado, ter colocado cada tijolinho desse sonho e analisando localizações e lugares. Eu não sou a pessoa mais responsável do mundo e não terminei meu roteiro por completo, e nesse momento, estou sentado na rodoviária prestes a entrar em um ônibus para a cidade de Recife/PE.

Onde amanhã às 06h estarei embarcando para Lisboa, a primeira cidade (mediante conexão) que visitarei pelo pequeno, mas proveitoso período de 28 horas.

Desembarcarei na terra de nossos descobridores e colonizadores, não sei se peço desculpas pelo q fizemos com o país encontrado ou se os culpo por não ter nos ensinado direito.

Pera, vamos voltar a terra firme. Foi mal, voei em meus pensamentos.

Então, aqui estou, prestes a iniciar um sonho, ou melhor, a realização de um sonho. Não consigo imaginar uma época melhor para que isso acontecesse. Estou bem. Sei quem sou e me orgulho de quem sou. Melhor momento de minha vida não por realizar esse sonho tão grandioso, só eu sei o valor que tudo isso tem, e não tem nada a ver com dinheiro.

Mas, Julio Verne disse uma vez: “Vale a pena pagar pela liberdade”. Acho que é isso que eu acabei adquirindo com essa viagem. Uma passagem que mostra que tudo é possível, que a vida é um mero sopro e que somos uma grande analogia da teoria do caos, ao bater de asas de borboleta do outro lado do mundo, um furacão surge em nossa frente.

Pequenas atitudes como: querer o bem, fazer o bem, ajudar as pessoas, confiar nelas, seguir em frente, esquecer a dor e viver… Sei que algumas são bem difíceis e dolorosas. Mas, são extremamente necessárias para nossa evolução.

E tudo que mudei em mim, tudo que fiz para ser uma pessoa melhor.

Quem me conheceu há cerca de 18 meses atrás, não acreditaria que eu estaria indo para a Europa realizar vários sonhos de infância e de adulto, que estaria visitando os lugares onde eu sempre vi em filmes os quais sou apaixonado. Eu jamais diria que eu estaria aqui, que eu conseguiria passar um ano inteiro em fase de planejamento, abdicação de várias coisas para economizar, passar vários perrengues para poder pagar tudo e viajar com certa tranquilidade. Mas, parafraseando novamente Júlio Verne, extremamente propício, tendo em vista que é o autor de “A volta ao mundo em 80 dias”: “Não há nada impossível, só há vontades mais ou menos enérgicas”.

Buon voyage.