Crítica a Nietzsche

Não posso abafar, eu tenho que falar, e tenho o que falar. A dor da separação de "duas metades" tentando se ligar pela imaginação, quanto mais próximos dos instintos, já se tornou insuportável. Dessa vez a dor grita baixo, e a cada dia mais alto, me enchendo de indagações das quais me abalam de fato, quê é a vida? Eu a vivo como deveria? A compreensão é cega, pois tudo seria metáfora... Temos apenas mitos, tentativas? Alegorese ou silogismo nem fazem mais diferença, pois a coisa em si continua ofuscada, imbricada na constituição do nosso ser. A vontade não estaria mais sobre o domínio do princípio da razão, ela seria reafirmação da vida, seria reavivamento, aumento do estado de potência, vontade de potência ou a moral dos fortes... Mas onde está a catexia? Será que a dialética antinominalista está correta?

Toda a introdução teoretíca da verdade e a mentira no sentido extramoral de Nietzsche no livro do filósofo pode ser resumida em tal oração:

A coisa em si é inacessível, pois temos apenas descrições antropomórficas de conceitos que só se relacionam entre si, em suma, metáforas, ilusões úteis, logo não faz sentido essa busca pela verdade, devemos reafirmar a vida, apreciar cada detalhe, contemplar sem nos ater tanto aos conceitos, por isso precisamos da arte.

Sabemos que isso leva ao conceito de transvaloração e sua aristocracia presente no conceito de super homem, ambos tão imbricados. Percebemos claramente em tais conceitos o elemento utópico e sem nos atermos em criticar a sua base, logo percebemos um furo em sua filosofia.

Sem cometer anacronismo utilizando a psicanálise Freudiana com sua base filosófica claro, e sem fazer apologia, fica claro, pelo menos para mim, que a filosofia de Schopenhauer acaba sendo mais precisa.

Para desenvolver sua filosofia ou apenas no ir, Nietzsche tomou posse de um certo ceticismo e relativismo no sentido moral, claro, ele pode ser melhor interpretado como perspectivista.

No livro do filósofo página 150 até 151 podemos ver na página 150 o que muitos filósofos ou até mesmos entusiastas não podem deixar passar [...] Só um pouquinho mais de ceticismo verás que estas indo em um certo instinto, um certo desejo, e que recai sobre tu também teus conceitos. [...]

" Todo acontecimento da natureza é no fundo inexplicável para nós: podemos somente constatar, a cada vez, o cenário em que o drama propriamente dito se desenrola. Falamos então de causalidade, quando no fundo só vemos uma sucessão de acontecimentos. Que essa sucessão deva ser sempre produzida numa encenação determinada, é uma crença que muitas vezes se contradiz infinitamente".

Tens razão quando afirma que não podemos entender de fato o que é, e afirmar com certeza, por exemplo, se o sol vai nascer amanhã, mas criamos uma metáfora para exprimir por exemplo, que quando eu tiver minhas necessidades fisiológicas e for ao banheiro, será coliformes fecais que irá sair, e não um bebê, sendo eu um homem; Se o leitor conhece um pouco de biologia verá que parece absurdo, mas não, não é, se trata do mesmo nível de *probabilidade*.

Não se pode garantir com 100% de certeza que o sol vai nascer amanhã, assim também com o exemplo ilustrativo acima. Não podemos garantir também se o GPS que utilizas irá funcionar, ou quando utilizas o celular, ou quando utiliza a TV, ou quando fazes ultrassom, e etc... E é esse nível de negligência ao meu ver que caiu Nietzsche, onde o próprio Schopenhauer não caiu. Sobre o que é uma partícula, bósons, handrons, leptons, Bárions, e etc... Ou sobre as equações vetoriais de Marxell, ou até mesmo a relatividade de Einstein, onde existe muitas, muitas confirmações, não faz da ciência apenas uma metáfora e isso já seria hipérbole, mas um conjunto imenso envolto de uma epistemologia e linguagem, a matemática, onde nos faz realizar proezas outrora _ vide século XIX e XX_ inimagináveis, que pareceriam magia na idade média e repetir em qualquer laboratório nas mesmas condições e como por exemplo, garantir que ao apertar o interruptor com uma lâmpada nova, com disjuntor ligado, contas em dias, instalação feita corretamente, ela acenderá, sendo pela incandescência do tungstênio ou ionização de átomos de gás argônio e vapor de mercúrio ou até mesmo que se pulares de um prédio de no mínimo do segundo andar, dada a sua construção adequada _ vide altura da laje _ você provavelmente morreria, mas com certeza ficaria gravemente ferido, e eu até poderia calcular a velocidade de sua colisão inelástica com o chão, o quanto de energia térmica foi convertido pela perda da cinética ou a força em newtons que sofreu, e etc... Só precisaria de alguns dados.

A questão é, a ciência funciona, por quê?

Ou melhor, a matemática funciona, por quê?

E já sabemos quem não foi negligente para com tais observações e assim pode apreciar Kant.

29/11/20

Theo De Vries
Enviado por Theo De Vries em 11/09/2021
Reeditado em 26/05/2022
Código do texto: T7340005
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.