O amor não é para mim... ou é?

Desde que cheguei aos 400 textos escritos, eu tinha dado uma parada. É como se eu não conseguisse colocar no papel o que sinto – e olha que eu sinto muito!

Bem, aí entra a música da Elana Dara e Vitor Kley, “O amor não eh para mim” – conheci Elana Dara há pouco tempo e tenho ouvido bastante as músicas dela. Essa música, com sua letra, me de um estalo. Porque, sabe, eu sou assim. Eu acredito muito no amor. Demais! Eu sei que só o amor faz a nossa existência valer a pena. Que é a busca que trará a conquista mais importante, a espera que vale a pena, o caminho que sempre te levará para a frente. Só que eu não acho que o amor seja para mim.

É sobre isso e está tudo bem!

Há um tempo eu já tinha escrito um texto que o amor não é para mim, mas que seguia acreditando. A questão é que já não sei mais se continuo acreditando. Eu tenho me sentido cada vez mais exausta de acreditar, de almejar, de esperar.

Sim, eu sei que eu aparento não ligar para o amor. Todavia, quem me conhece de verdade, sabe que não é verdade. Eu sou uma romântica. Eu inspiro amor. Eu escrevo sobre ele. Eu já o senti e sei o poder destruidor que ele tem. Porque o amor é lindo, é. Mas também pode te destruir, porque às vezes não é para ser.

Sabe, eu sou uma covarde com relação ao amor. Eu fujo dele porque eu sei que pode me ferir. Não à toa, tantas vezes eu falei para mim mesma que o amor não era para mim. Que eu estava bem sozinha – e até estou, mas até quando?

Eu acredito que o amor vem para os que não estão esperando, de repente. Ele também pode estar na nossa cara e não percebermos. O amor é um camarada muito sorrateiro, que nunca vem de forma igual para todo mundo. O que o cupido usou para unir o casal de amigos que admiro, não é a mesma flecha que vai funcionar comigo.

Falando no cupido, eu tenho sido uma cliente difícil dele, eu sei. Me desculpe, bom companheiro. Eu o tenho decepcionado pois ele me mandou o cara certo e eu não me dei conta – aí ele precisou transformar ele no cara certo de outra pessoa (que venha o próximo!). Eu sei que sou uma pessoa difícil de lidar, mas não impossível – sou chata, reclamona e controladora, mas também sou fofa, gentil, alegre. Minha mãe costuma me dizer que não é bom ser sozinha, que todos deveríamos ter alguém para partilhar a vida. Ela tem toda razão! Mas, eu acho que o meu destino, talvez, seja ficar sozinha, compartilhando minha escrita com os apaixonados.

Eu acho que só porque mesmo eu dando o melhor de mim, com toda a limitação da minha muralha, não foi o suficiente para eu conseguir segurar uma relação. Era como se apenas eu estivesse segurando a ponta da corda, enquanto o outro soltou e me deixou cair no chão. Ou todas as vezes que eu acreditei que não era boa o suficiente para ser amada, que não merecia que alguém olhasse para mim e me visse de verdade, que alguém iria querer permanecer enquanto eu me preparava para mais uma partida.

A gente se auto sabota, mas não deveria.

O amor é algo pelo qual vale acreditar, ainda.

Se não deu certo, não foi porque eu não fiz tudo o que podia. Às vezes é necessário entender que não dá para carregar o peso das escolhas dos outros. Não dá para ficar se machucando porque as coisas não saíram como o planejado. Não dá para esperar que os outros deem amor, porque o verdadeiro amor vem de dentro para fora.

Não posso esperar que o amor me encontre, se eu prefiro me blindar dele.

Aos poucos eu vou entendendo tudo isso, o que é a vida, o que é o amor.

Ao final, eu vou entendendo que eu posso vir a amar, se me permitir outra vez – e dessa vez não vou fugir dele e nem me dá conta quando for tarde demais. É preciso coragem para amar, para partir, para se entregar e principalmente para entender quando eu preciso apenas de um tempo para vivenciar esse sentimento.

Um tempo para respirar e dizer, com confiança, que o amor não é para mim, por enquanto.

Até que eu sinta de novo.

Belinda Oliver
Enviado por Belinda Oliver em 13/09/2021
Código do texto: T7341660
Classificação de conteúdo: seguro