Alimentação adequada e justa (re) pensada para muito além de parâmetros nutricionais e mercadológicos
A alimentação adequada, justa e saudável deve ser (re) pensada para muito além de parâmetros nutricionais, mercadológicos ou por critérios generalistas, reducionistas (presentes no paradigma-ideológico do nutricionismo) e/ou meramente técnicos. Uma formação contra hegemônica, precisa levar em consideração os aspectos, sociais, culturais, econômicos e ambientais. O bem viver e alimentar, para não se tornar apenas uma retórica vazia e desprovida de significado, precisa ser entendido de forma individual, coletiva e solidária, como um direito humano básico de forma a garantir o acesso permanente e regular aos alimentos, de maneira socialmente justa.
Tudo isso, deve estar diretamente relacionado a aspectos biológicos e sociais dos indivíduos, de acordo com o ciclo de vida e as necessidades alimentares especiais, considerando e adequando, quando necessário, o referencial da tradição local. Além disso, conforme consta nos princípios e diretrizes do Consea, precisa atender aos princípios como: variedade, qualidade, equilíbrio, moderação e prazer (sabor), às dimensões da interseccionalidade (classe, gênero, raça e etnia) e às formas de produção ambientalmente sustentáveis (agroecologia, agrofloresta, permacultura, etc.), livres de contaminantes físicos, químicos e biológicos e de organismos geneticamente modificados.
Assim, a defesa por uma alimentação mais justa e saudável, perpassa por projetos pedagógicos-societários alternativos e pela busca por um novo paradigma através de profundas mudanças globais e locais no sistema agroalimentar, financeiro e educacional.